Enquanto nos reunimos em solidariedade para expressar um sentimento de enorme injustiça, não podemos esquecer o que nos trouxe aqui. Escrevemos para que as pessoas que se sentem enganadas pelas forças empresariais do mundo saibam que somos seus aliados. Enquanto um só povo, unido, reconhecemos a realidade de que o futuro da raça humana requer a cooperação dos seus membros, que o nosso sistema deve proteger os nossos direitos e que, perante a corrupção desse sistema, cabe aos indivíduos protegerem os seus próprios direitos e dos seus vizinhos. Que um governo democrático obtém o seu justo poder do povo, mas que as empresas não procuram consentimento para extrair riqueza do povo e da terra, e que não se alcança uma verdadeira democracia quando esse processo é determinado pelo poder econômico. Dirigimo-nos a vós numa época em que as empresas, que colocam o lucro à frente das pessoas, o seu interesse à frente da justiça e a opressão à frente da igualdade, controlam os nossos governos. Reunimo-nos aqui pacificamente, tal como é nosso direito, para dar a conhecer estes fatos. Apoderaram-se das nossas casas através de um processo ilegal de execução, apesar de não terem a hipoteca original. Receberam resgates dos contribuintes com impunidade e continuaram a dar bônus exorbitantes aos executivos. Perpetuaram a desigualdade e a discriminação nos locais de trabalho com base na idade, na cor da pele, no sexo e na orientação sexual. Envenenaram os alimentos através da negligência e minaram o sistema agrícola através da monopolização. Lucraram com a tortura, confinamento e tratamento cruel de inúmeros animais ocultando ativamente tais práticas. Procuraram constantemente negar aos trabalhadores o direito de negociarem melhores ordenados e condições de segurança. Agrilhoaram os estudantes com dezenas de milhares de dólares de dívida na educação, um direito humano consagrado. Subcontrataram consistentemente mão-de-obra e tiraram proveito disso para reduzir os direitos de saúde e os ordenados dos trabalhadores. Influenciaram os tribunais para obter os mesmos direitos das pessoas, mas sem a culpabilidade ou responsabilidade inerentes. Gastaram milhões de dólares em advogados para encontrarem formas de contornar contratos de seguros de saúde. Venderam a nossa privacidade como uma mercadoria. Usaram os militares e as forças policiais para impedir a liberdade de imprensa. Determinam a política econômica apesar dos fracassos catastróficos que as suas políticas criaram e continuam a criar. Deram grandes quantias de dinheiro aos políticos responsáveis pela sua própria regulação. Continuam a bloquear formas alternativas de energia para nos manterem dependentes do petróleo. Continuam a bloquear medicamentos genéricos que podem ajudar ou salvar vidas para protegerem investimentos que já deram lucros substanciais. Encobriram propositadamente derrames de petróleo, acidentes, contabilidades fictícias e ingredientes inertes em busca de lucros. Mantiveram as pessoas propositadamente desinformadas e assustadas através do seu controlo dos média. Aceitaram contratos privados para assassinar prisioneiros, mesmo perante sérias dúvidas acerca da sua culpa. Perpetuaram o colonialismo a nível interno e externo. Participaram na tortura e no assassinato de civis inocentes no estrangeiro. Continuam a construir armas de destruição maciça para receberem contratos do Governo. Aos povos do mundo, nós, a Assembléia Geral de Nova Iorque, que ocupa Wall Street na Praça da Liberdade, encorajamos-vos a exercerem o vosso poder,a exercitarem o vosso direito à aglomeração pacífica, à ocupação de espaços públicos, à criação de processos para discutir os problemas que enfrentamos e gerar soluções que sejam acessíveis a todos. A todas as comunidades que passam à ação e criam grupos no espírito da democracia direta, nós oferecemos apoio, documentação e todos os recursos ao nosso dispor. Juntem-se a nós e façam ouvir a vossa voz.
Recusaram deliberadamente a devolução de produtos com defeito colocando vidas em risco em busca de lucro.
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
Manifesto dos ocupantes de Wall Street
quarta-feira, novembro 16, 2011
Molina com muita prosa & muitos versos
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