terça-feira, 1 de novembro de 2011

Luxo e pompa no armário do Papa

O armário do papa

Desde sua proclamação como papa, a 19 de abril de 2005, três dias depois de completar 78 anos, Joseph Ratzinger deixou clara sua preferência pela pompa das roupas litúrgicas arcaicas, pré-conciliares, diz a analista de moda Lola Galan, falando do armário do Papa, para o El País on line.

No terreno estético seu papado não seria continuísta. Nada da simplicidade moderna dos paramentos e casulas de João Paulo 2º.

No seu primeiro Natal como papa, Bento 16 ressuscitou o camauro, gorro de veludo vermelho borlado de pele branca de arminho, que o Vaticano só vira no século 20, uma única vez na cabeça de João 23, num dia de muito frio.

O mesmo adereço fora imortalizado por Rafael Sanzio, num retrato de Julio II (cardeal Della Rovere), mais tarde por Tiziano, no famoso retrato de Paulo III (cardeal Farnese), por El Greco no retrato do papa Pio V, ou no famoso afresco do Papa Sixto e seus sobrinhos (nipotes).

Mesmo com a advertência de especialistas em mídia moderna de que tanta pompa pode afastar o povo, sucederam-se as peças de museu no figurino do Papa Ratzinger, convencido de que a magnificência das vestes serve para a Igreja comunicar-se com o mistério e a divindade, como costuma dizer.

Apareceram a pelerine de veludo vermelho borlada de arminho, usada sobre roquete – camisola de linho curta bordada de rendas preciosas. Tirou do armário o uso do saturno, guarda-sol vermelho de feltro, bordado com folhas douradas, raramente usado na modernidade. Voltaram à cena, as umbellas cerimoniais.

Os novos – e tão antigos – gostos do Papa, fazem florescer os ateliers de moda eclesiástica existentes em Roma, em torno ao Panteon. As vitrines voltaram a ostentar casulas e dalmáticasde estilo greco-latino antigo, bordadas a brocados de ouro.

Uma das primeiras decisões do papa Ratzinger foi despedir Annibale Gammarelli, alfaiate do Papa João Paulo II cujo atelier, desde 1793, servia a Casa Pontifícia. Melhor dizendo, confirmou seu alfaite enquanto cardeal, Michele Ombroso, do atelier Euroclero, e confiou a confecção de paramentos pontificais a Raniero Mancinelli, com atelier no Borgo Pío, perto da praça de São Pedro.

Quando a mídia, em 2008, comentou que os sapatos do Papa eram Prada, o Vaticano rompeu seu silêncio sobre fornecedores e apressou-se em afirmar que o sapateiro de Sua Santidade é Adriano Stefanelli, com atelier na cidade de Novara. Afinal, o filme O Diabo veste Prada fazia sucesso nos cinemas.

O papa atual, mesmo usando profusão de joias, broches, anéis, e alfinetes litúrgicos preciosos, conservados no tesouro da Santa Sé, até agora cobre-se com a mitra. Não ousou ostentar nenhuma das tríplices tiaras, usadas nas coroações papais da antiguidade, como mostra o retrato do Papa Alexandre VI, o terrível cardeal Bórgia. Falo da coroa em três níveis que representa os 3 títulos do bispo de Roma: Pai dos Reis, Reitor do Mundo e Vigário de Cristo. O símbolo foi abolido pelo Concílio Vaticano II.

Mas Ratzinger não vive totalmente de costas para a modernidade. A 28 de junho deste ano nosso blog mostrou quando Bento 16 entrou no twitter. Ratzinger usa papamóvel blindado presente da Mercedes Benz, para inveja da BMW e da Volkswagen, que também ofereceram ao compatriota seus modelos grifados.

Em 2006, a Apple fez especialmente para o Papa um iPod, presente dos funcionários da rádio Vaticano na comemoração dos 75 anos da emissora. No iPad papal não se ouve Bob Dylan – que cantou para o jovial João Paulo II – senão concertos de música clássica e cânticos ambrosianos e gregorianos de milenar tradição. (Blog da Margarita Sem Censura)

1 comentários :

Valbercley disse...

Vocês realmente criticam sem antes saber o motivo e nem ao menos pesquisam direito, não é mesmo? Caso não tenham notado: todos os paramentos antigos que o Papa Bento XVI (erroneamente chamado de Papa Ratzinger, nessa matéria) começou a usar em seu pontificado, são todos ANTIGOS, nenhum deles foi feito especialmente para Bento XVI. Todas as capas, casulas, camauros, fânon, etcetc, já existiam no Vaticano pois já foram usados por outros papas; logo o Papa não faz mal algum em usá-los, pelo contrário, faz bem, pois assim glorifica mais dignamente à Deus.
Não critiquem sem ser entendedores do assunto, isso mancha a vossa imagem.
Att, Valbercley da Graça Almeida

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