sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Manifestantes egípcios voltam à Praça Tahrir, no Cairo

Milhares de ativistas egípcios voltaram à Praça Tahrir no Cairo nesta sexta-feira para um dia de protestos no qual exigiram um claro cronograma para a democracia e o fim dos julgamentos militares.

As pessoas que lideraram o levante que derrubou o presidente Hosni Mubarak em fevereiro qualificaram como "correção de rumos" os recentes protestos - os primeiros desde que a polícia expulsou os ativistas acampados na Praça Tahir, em julho.

Os manifestantes estão pressionando o conselho militar no governo para acelerar as reformas e estabelecer uma data para as eleições.

Islamistas, incluindo o partido político criado pela Irmandade Muçulmana - a força política melhor organizada do Egito depois da dissolução do Partido Nacional Democrático, de Mubarak -, se distanciaram dos protestos.

Os governantes militares do país prometeram passar o poder para um governo civil depois das eleições, que segundo ele serão realizadas no final de 2011. O conselho também facilitou o julgamento de Mubarak e de vários de seus assessores, incluindo o ex-ministro do Interior Habib al-Adli, por acusações de corrupção ou de conspiração para matar cerca de 850 manifestantes.

Mas muitos egípcios continuam céticos.

"Desde 25 de janeiro até hoje não sentimos que houve mudanças", disse Kamel Ebrahim, um funcionário público de 37 anos que participou dos protestos com outros milhares de egípcios na Praça Tahrir, o epicentro do levante que derrubou Mubarak.

"Bandidos e ladrões se multiplicaram e o marechal-do-campo não fez nada para melhorar as coisas", acrescentou, referindo-se a Mohamed Hussein Tantawi, líder do conselho militar atualmente no poder.

Os protestos também põem pressão sobre Tantawi, que deve testemunhar no julgamento de Mubarak em uma sessão a portas fechadas no domingo. O juiz proibiu a presença da mídia. Outras figuras importantes, incluindo ex-autoridades do governo de Mubarak, também vão testemunhar.

Ativistas disseram que mais de 30 grupos e partidos políticos chegaram a um acordo sobre oito exigências, as mais importantes sendo um cronograma para a transição para um governo civil e o fim aos julgamentos de civis perante tribunais militares.

Houve protestos também em Alexandria e Suez. para civis. (Reuters)

0 comentários :

Postar um comentário

 
Design by Free WordPress Themes | Bloggerized by Lasantha - Premium Blogger Themes | belt buckles