sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Corrupção nos Transportes desviou R$ 682 mi, diz CGU

O esquema de corrupção nos Transportes provocou um prejuízo de pelo menos R$ 682 milhões aos cofres públicos, segundo relatório de auditoria divulgado ontem pela Controladoria-Geral da União (CGU). O documento só faz recomendações, mas aponta 66 irregularidades em 17 contratos e licitações, cujos valores chegam a R$ 5,1 bilhões. A auditoria menciona indícios de conluio, precariedade dos projetos, preços excessivos, serviços não executados, adulteração em medições de obras, direcionamento em concorrência, entre outros problemas. A CGU cita comportamentos “permissivo”, “omissivo” e “doloso”. Houve prejuízos em obras de seis rodovias federais e irregularidades em outras duas.

A situação da BR-101, segundo a CGU, evidencia “o descaso”, “a falência do modelo de supervisão de obras” e a “conivência da fiscalização”. Na mesma rodovia, no Espírito Santo, foram usadas fotos idênticas da estrada em diferentes medições. Já na BR-116/RS, o prejuízo foi de R$ 101 milhões em decorrência de “irregularidades graves” na duplicação. Dois casos revelados pelo Estado em julho, que somam cerca de R$ 50 milhões, foram auditados e as irregularidades, incluindo favorecimento nas licitações, confirmadas.

PR acha apuração nos Transportes ‘inconclusiva’ e exige atestado de inocência
A cúpula do PR avaliou ontem que a auditoria feita pela Controladoria-Geral da União (CGU) nos Transportes foi “inconclusiva” e pode até mesmo atrapalhar as negociações para o retorno do partido à base aliada, caso o governo não faça um gesto político, inocentando seus dirigentes. Dois meses após ser defenestrado do comando do Ministério dos Transportes, no rastro do escândalo de corrupção, o senador Alfredo Nascimento (PR-AM) deu a senha da reação do partido ao observar que a sindicância não indica os responsáveis pelos malfeitos.

Embora o relatório da CGU aponte 66 irregularidades em processos de licitação e contratos, com prejuízo de R$ 682 milhões aos cofres públicos, Nascimento disse, em nota, continuar aguardando que as “suspeitas” veiculadas pela imprensa sejam esclarecidas “de modo cabal”. Presidente do PR, o senador destacou que a auditoria não elucida o “suposto envolvimento” de integrantes da equipe liderada por ele, nos Transportes, na prática de irregularidades.

“Nós esperávamos que essa celeuma tivesse um ponto final com a sindicância da CGU porque, afinal de contas, pessoas foram afastadas e caiu um ministério inteiro”, afirmou o senador Blairo Maggi (PR-MT). Padrinho de Luiz Antônio Pagot – o então diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) que saiu na esteira da crise –, Maggi disse ter ficado “desapontado” com o que a CGU divulgou. “A auditoria da CGU não disse a que veio”, comentou o senador. “Eu, particularmente, esperava que o relatório identificasse os responsáveis por irregularidades, mas não há responsabilização de nada nem de ninguém. Foi um documento muito vago.” (AE)

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