terça-feira, 9 de agosto de 2011

Rossi abre sindicância para apurar denúncias de irregularidades na Agricultura e diz desconhecer lobista

O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, disse hoje (8) que uma comissão de sindicância foi instaurada para apurar denúncias de relações suspeitas entre funcionários do ministério e um lobista, publicadas pela edição da revista Vejadesta semana. Ele informou que pediu ao advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, para indicar um integrante do órgão para presidir a comissão. O nome escolhido foi o de Hélio Saraiva Franca, coordenador adjunto da Advocacia-Geral da União (AGU).

As denúncias provocaram a demissão de Milton Ortolan do cargo de secretário executivo do ministério. Na reportagem, Veja noticiou que ele tinha conhecimento das irregularidades que estavam ocorrendo na pasta. No sábado (6), Ortolan se exonerou da secretaria.

Na entrevista coletiva o ministro da Agricultura lamentou o pedido de demissão de seu braço direito na pasta. Rossi disse que pediu a ele que continuasse no cargo. Segundo o ministro, Ortolan, seu amigo há muitos anos, lhe respondeu que as denúncias “tiraram o direito de exercer em sua plenitude suas funções”.

Rossi levou aos jornalistas documentos que, segundo ele, mostram que algumas pessoas ouvidas na reportagem e que fizeram denúncias estão sendo investigadas por irregularidades cometidas contra o Ministério da Agricultura e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Ele disse ainda que não conhece Júlio Fróes, citado como o lobista responsável por intermediar negócios e cuidar de processos de licitação, redação de editais e escolha de empresas prestadoras de serviços dentro do ministério. “Sobre ele trabalhar aqui, vamos investigar”.

O ministro também falou sobre respaldo do governo para seguir no cargo. O ministro destacou que a presidenta Dilma Rousseff deu todos os motivos para ele se sentir confortável e que seu trabalho tem sido bem avaliado. “Sou ocupante de um cargo de livre escolha da presidenta da República. O governo está vendo que tomei medidas e que estou respondendo às denúncias.

Esta foi a segunda entrevista coletiva, em duas semanas, que Rossi dá para explicar denúncias de irregularidades no ministério e na Conab. Segundo o ministro, sempre que houver denúncias ele responderá à imprensa. “Aqui, o que tiver de errado, vamos cortar e mudar.” De acordo com Rossi, todas as indicações políticas de sua gestão têm sua capacidade comprovada.

A defesa de Rossi

O peemedebista Rossi critica Jucá Neto, que foi demitido porque ordenou um pagamento ilegal de mais de 8 milhões de reais à Renascença, uma empresa registrada em nome de laranjas. "Não posso permitir que um diretor que tenha sido defenestrado por ter cometido uma prática absolutamente irregular se volte contra a empresa, contra pessoas e muito menos contra mim", diz ele, que afirma ser vítima do "destempero de um ressentido".

A estratégia do ministro é desqualificar a figura do ex-diretor para rebater as denúncias.O peemedebista alega também que não houve irregularidades na nebulosa venda de um terreno em uma área nobre de Brasília por cerca de 8 milhões de reais, um quarto do valor de mercado. Ele cita uma avaliação feita pela Caixa Econômica Federal para se defender. E alega que o preço se justifica porque o local só poderia ser destinado à construção de um clube - o que é uma meia-verdade, já que lotes com a mesma situação legal, na mesma região, abrigam luxuosos hotéis e resorts.

Rossi nega ainda ter negociado a protelação de um pagamento à empresa Caramuru Alimentos com o objetivo de aumentar o valor a ser repassado e receber 5 milhões de reais de propina. "Não só não houve pagamento como nenhuma tentativa foi feita de se pagar essa empresa.E, se tivesse havido, se segundo os trâmites, cairia na minha mesa e eu não teria permitido", garante ele.


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