sábado, 14 de maio de 2011

Palestinos planejam declarar independência econômica em 2015


Os palestinos aspiram a declarar sua independência econômica em 2015, quando pretendem passar a depender apenas de suas próprias receitas e não mais das verbas orçamentárias que o Ocidente e os países árabes lhes doam desde 1994.
Os preparativos no plano econômico se somam ao objetivo da Autoridade Nacional Palestina (ANP) de obter o reconhecimento do Estado palestino perante a ONU em setembro.
Segundo o primeiro-ministro, Salam Fayyad, que dirige todo o projeto nacional palestino do ponto de vista institucional, econômico e de infraestruturas - a parte política fica a cargo do presidente Mahmoud Abbas -, 2015 é o ano "para alcançar o balanço" nas finanças da ANP.
Um balanço que consiste "na redução do déficit público" e "da dependência da ajuda internacional", explicou nesta semana Fayyad em um encontro empresarial em Ramala por ocasião da emissão dos primeiros bônus de dívida corporativos na história econômica palestina.
Desde sua criação em 1994, após a assinatura dos primeiros acordos de paz de Oslo com Israel, a ANP subsiste graças à ajuda internacional, que nos últimos anos respondeu por um terço, em média, do orçamento governamental.
Em uma apresentação em Bruxelas perante o Comitê Ad Hoc de coordenação do grupo de países doadores em abril, a ANP provou uma redução de 35% de sua dependência da ajuda externa em relação de 2009. Sua aspiração agora é reduzi-la progressivamente até sua total abolição em 2015.
Os indicadores são positivos e, em 2010, as receitas palestinas alcançaram o número recorde de US$ 2 bilhões.
O orçamento para 2011 supera os US$ 3,5 bilhões e contempla US$ 2,25 bilhões de recursos próprios se o crescimento se mantiver em 9% e o setor privado continuar se expandindo.
"A economia palestina é promissora porque não temos dívidas muito grandes", declarou à Agência Efe o empresário Munib Al Masri, presidente da holding que lançou os bônus, a Padico.
Trata-se de uma emissão de dívida de US$ 70 milhões com a qual pretende financiar uma série de projetos de desenvolvimento nos setores de turismo, infraestruturas e imobiliário, com o objetivo de estimular o setor privado.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial sustentam que, para revitalizar a economia palestina, é necessário um setor privado forte e um relançamento dos investimentos.
"(Nos territórios palestinos) há vários homens de negócio, firmas de investimento e instituições que podem fazê-lo", afirmou Al Masri, mediador do recente acordo preliminar de reconciliação entre os movimentos Fatah e Hamas.
Ele considera este acordo, cujos detalhes ainda são negociados e deve levar à formação de um Governo de transição e à realização de eleições no prazo de um ano, "vital" para a recuperação econômica, apesar de ter desencadeado uma pequena crise financeira.
Após saber do acordo, Israel suspendeu a última transferência mensal de mais de US$ 100 milhões referente a impostos e taxas alfandegárias recolhidos dos palestinos em virtude do protocolo econômico dos Acordos de Oslo.
"Esse dinheiro é palestino (...). Isto é uma flagrante violação dos acordos e espero que Israel respeite o que assina", denunciou Fayyad, ao reconhecer que esse fato deixou os palestinos "em uma situação complicada".
Israel exige que a ANP garanta que o dinheiro não será usado pelo Hamas na luta armada.
O outro possível impacto da reconciliação é a desconfiança que a saída de Fayyad da chefia do Governo poderia gerar entre investidores e doadores.
Ex-funcionário do FMI e do Banco Mundial, Fayyad desfruta de uma enorme credibilidade no Ocidente, e a escolha de outro primeiro-ministro para o Governo de transição pode abalar essa confiança.
"Isso não terá nenhum efeito na economia", assegurou Al Masri sobre a possível substituição de Fayyad, pois, segundo ele, a sociedade palestina tem recursos humanos suficientes para "produzir líderes bons e responsáveis".
No entanto, o empresário declarou que preferia que Fayyad permanecesse no cargo por uma questão de "continuidade", mas lembrou que, ironicamente, "foi precisamente quando o profeta Maomé morreu que o Islã se expandiu". (EFE)

1 comentários :

Infância em Pauta ! disse...

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