sábado, 14 de maio de 2011

Abolição da escravatura completa 123 anos e os negros, sem os seus direitos garantidos, continuam a margem da sociedade!!!!

Embora legalmente a abolição da escravatura tenha completado 123 anos o trabalho escravo continua sendo uma realidade em nosso país e a maior parte das vítimas desta forma degradante de trabalho ainda continuam sendo os negros.

A situação social precária do negro brasileiro tem suas raízes não apenas nos três séculos de escravidão, mas também no próprio processo de abolição. A superficialidade da Lei Áurea, cuja assinatura completa 123 anos hoje, ajudou na constituição das condições negativas da população negra, atestadas pelos indicadores sociais, como os relativos à educação. Com a proclamação da República com um golpe de estado comandada por ex-escravocratas, sem a participação popular, as condições dos negros colocados a margem do mercado de trabalho pelo projeto de branqueamento da população. Com a importação da mão de obra européia a situação da comunidade afro descendente agravou-se ainda mais, já que a transição para a mão-de-obra assalariada estava diretamente vinculada aos assalariados brancos que aportavam ao país.

A Lei Áurea apenas determinou o fim da escravidão e refutou as disposições contrárias, mas não criou mecanismos possibilitadores de direitos de pessoas livres aos antigos escravos. Os negros não tinham para onde ir e começaram a se aglomerar nas primeiras favelas, salienta. Simplesmente se extinguiu a escravidão, mas não ofereceu condições para uma vida digna aos negros.

Hoje, em grande parte ainda analfabetos e favelizados, os negros que tanto contribuíram e contribuem para o desenvolvimento nacional, sendo que a maioria da população é composta por negros, já que o termo pardo é apenas um eufemismo, continuam a margem da sociedade de consumo por serem a maior parte do contingente de pobres e miseráveis.

Entre os pobres, há dois negros para cada branco embora o percentual tenha diminuído bastante em 20 anos a proporção de negros nessa camada social nunca ficou abaixo de 64%.

O salário dos negros é 50% mais baixo em media do salário dos brancos.

Os brancos são a maioria dos trabalhadores com carteira assinada e por isto ganham mais e tem a sua seguridade social garantida. Os brancos representam 59,7% do total destes trabalhadores, ante 39,3% de negros.

No Brasil, um outro aspecto que revela a opressão sobre a população negra é a população carcerária, que em sua grande maioria é composta de negros.

Segundo Timothy Ireland, representante da área educacional da Unesco no Brasil, dados do Ministério da Saúde indicam no perfil da maioria dos presos no Brasil, são de jovens entre 18 e 34 anos, pobres, negros e com baixa escolaridade, são 73,83% do total da população carcerária. Mais da metade 66%, não chegaram a concluir o ensino fundamental.

Que liberdade foi essa se os negros permanecem sem dinheiro, sem casa digna, sem direito a escolas, sendo a maioria dos presos, enfim, sem nada? Isto é ser livre?

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