segunda-feira, 4 de abril de 2011

25 gangues apavoram gays e negros nas ruas de São Paulo


Eles são jovens, com idades entre 16 e 28 anos.

Têm ensino fundamental e médio. Pertencem, em sua maioria, às classes C e D.

Usam coturnos com biqueiras de aço ou tênis de cano alto, jeans e camisetas.

São brancos e pardos -negros, não. Cultuam Hitler, suásticas e o número 88.

A oitava letra do alfabeto é o H; HH dá "Heil, Hitler", a saudação dos nazistas.

Consomem baldes de álcool. As outras drogas têm apenas uso marginal.

Ostentam tatuagens enormes em que se leem "Ódio", "Hate", ou "Ame odiar".

A propósito, odeiam gays e negros. São de direita.

Gostam de bater, bater e bater. E de brigar.

O perfil dessa turma, auto-denominada skinheads por influência do movimento surgido na Inglaterra durante os anos 1960, quem traçou foi a Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância), da Polícia Civil do Estado de São Paulo.
No total, a Decradi já identificou 200 membros de 25 gangues com nomes como Combate RAC (Rock Against Communism- rock contra o comunismo, em português) e Front 88 (sempre o 88).

São integrantes desses grupos que aparecem com mais frequência como agressores de negros, gays e em pancadarias entre torcidas organizadas, quando encarnam a faceta "hooligan".

Também a exemplo do que ocorre na Europa, skinheads são especialistas em quebra-quebra entre torcedores.

"FAIXA DE GAZA"

A delegada Margarette Correia Barreto, titular da Decradi, é quem lidera o esforço de identificação dessas gangues. Atualmente, na delegacia, há 130 inquéritos envolvendo os "crimes de ódio"- motivados por preconceito contra um grupo social.

"O alcance e a repercussão desses ataques, entretanto, é muito maior do que em um crime comum. Se um homossexual é atingido, todo o grupo sente-se atingido", exemplifica a delegada do Decradi. "É uma comoção."

Pelo levantamento da polícia, o foco dos "crimes de ódio" é a região da avenida Paulista e da rua Augusta, na região central da cidade. Segundo a delegada, ali é "a nossa faixa de Gaza".

O motivo é que a área tem a maior concentração de bares frequentados por gays e por skinheads -cada turma no seu reduto, mas todos muito perto uns dos outros. "Eles acabam se encontrando pela rua", diz a delegada.

Para a Polícia Civil do Estado de São Paulo, a região da Avenida Paulista e da Rua Augusta, próxima ao centro da capital, é também conhecida como "faixa de Gaza". É nesta área que, segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, ocorre grande parte dos "crimes de ódios" investigados pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi). O local é ponto de intersecção entre gays, negros e integrantes desses grupos que normalmente aparecem como responsáveis pelas agressões aos dois primeiros e por pancadarias em torcidas organizadas. Responsável pela identificação desses grupos, o Decradi faz parte do Grupo de Trabalho da Segurança da Copa de 2014, que por sua vez montará um banco de dados com informações sobre os torcedores que se envolveram em situações de violência nos estádios brasileiros desde 2000.

Até o momento, foram identificados pela Decradi 200 membros de 25 gangues com nomes como Combate RAC (Rock Against Communism - rock contra o comunismo, em português) e Front 88 (o número 88, remete ao H, oitava letra do alfabeto, e à saudação nazista com dos HH: "Heil, Hitler"). Segundo declaração da delegada Margarette Correia Barreto, titular da Decradi e líder desse trabalho no Decradi, os skinheads, como se autodenominam vários dos integrantes dessas gangues, já deram origem a 130 inquéritos policiais. Mas, além da "faixa de Gaza" e dos "hooligans" nos estádio de futebol, a Decradi monitora os punks homofóbicos e os crimes de ódio na internet. No total, 40% de todas as ocorrências atuais da Decradi se referem a casos cibernéticos, envolvendo, ataques a negros, judeus e nordestinos, nessa ordem. (Folha)

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