terça-feira, 22 de março de 2011

A ARTE DA GUERRA: UMA TENTATIVA APLICAÇÃO DOS CONHECIMENTOS DE SUN TZU NA POLÍTICA

No capítulo inicial Tzu coloca a necessidade de avaliar o embate como algo realmente necessário, pelo fato dela ser o instrumento da vitória como o da ruína de quem resolve entrar em luta política.

Depois de feita a avaliação o lado beligerante deve levar em consideração os cinco fatores fundamentais:

A influência moral
A justeza da luta a ser travada pode ser um fator decisivo para que o que assume o caminho do embate amplie as suas forças conquistando aliados.

O clima
Em relação ao clima podemos transpor para a idéia de que o ambiente social tem de estar psicologicamente favorável e as chances de isolamento do adversário no espaço comum tem necessariamente estar a favor para quem vai o enfrentar.

O terreno
Sem conhecer com profundidade historicamente a política e o comportamento dos indivíduos que nela orbitam, como as reações dos mesmos perante a batalha, fica impossível estabelecer a estratégia e as táticas para que a disputa política seja bem sucedida.

O comando
Um bom político tem de ter os atributos da sabedoria, sinceridade, humanidade, coragem e exigência para poder tanto assumir o comando acumulando forças ao seu lado como para ter a empatia para se colocar na situação do oponente e partir disso poder prever as suas ações e reações. Destas características extrairá a capacidade de reconhecer quando uma situação muda favoravelmente ou não. Se o político não for sincero com seus comandados honrando a própria palavra estes não acreditarão e assim não defenderão o seu poder de autoridade. Outro ponto importante é que sem ter a coragem para agir no momento certo será incapaz de superar os seus limites e assim arquitetar grandes planos.

A doutrina
Se a causa a ser defendida não for justa e possível de ser defendida o político se isolará e assim irá acabar no ostracismo. Sem uma ideologia como bandeira fica impossível arregimentar correligionários que a empunhe. Atos covardes de uso de força ampliam o isolamento social. Na batalha política a força do convencimento pelas idéias funciona mais do que o uso da força bruta.
A doutrina também envolve o uso de táticas psicológicas e logísticas vitais para a condução do beligerante à vitória, como exemplos:

1 – Enfureça-se o seu oponente até ele perder o poder de racionalizar assim o confundindo;

2 – Mostre a sua empática humildade e desmascare a arrogância do adversário, pois ninguém tolera atitudes pedantes;

3 – Mantenha o adversário sob tensão permanente assim pelo cansaço fazendo o mesmo perder o controle ;

4 – Mostre comparativamente a todos que os defeitos que ele possui enquanto chefe ou líder supera as virtudes no trato deste com o seu grupo, desagregue-o usando como tática a exposição dos erros que este comete perante aos seus. A maior arma de ataque são as fraquezas de seu oponente no comando.
Outros insinamentos que Sun Tzu elencou sobre o que deve e o que não deve ser feito pelo especialista, aqui no caso transferido para a guerra política.
Exemplos:
1 – Nunca super valorize a sua força enquanto estado, pois quando os embates são demorados e o inimigo não luta de forma convencional as reservas estatais nunca são suficientes, pois uma grande força se torna pouco ágil e assim um adversário com menos força, mas com mais agilidade pode derrotar um oponente aparentemente com maior força, mas pelo peso da estrutura inoperante;

2 - Em um ataque pode até ter a falta de um grande projeto, mas há sempre que o executar com ousadia e rapidez;

3 – Segundo os seus ensinamentos a luta política é igual ao fogo, pois nunca durará eternamente e aqueles que não sabem a hora de depor as armas, acabarão igual a ele consumido;

4 - Para ele todos os subordinados deveriam ser tratados com magnanimidade e sinceridade, para que possam vir a servir na opelo medo e sim pela vontade.

No o terceiro capítulo ele abordou os planos de ataque. Nesta parte ele diz que na política da guerra deve-se vencer o inimigo sem arruiná-lo. Atentando para a importante relação custo benefício, sugere que se deve dominar o inimigo sem precisar combatê-lo.

Para isto sugere então algumas ações:

1 – Não permita que seus inimigos se juntem;

2 – A pior das alternativas consiste em atacar as fortalezas, portanto o ataque individualmente ao inimigo e não enquanto grupo é o melhor a ser feito, pois para o atacar enquanto parte de um coletivo seria necessário enfrentar a todos os que o cercam, portanto, assim necessitando dispersas forças, perder tempo, pois se perdeu o foco do que é o principal. Segundo ele todo bom estrategista sempre ante de atacar prevê a necessidade de talvez for obrigado a recuar, como também aborda que deixar o inimigo encurralado não é um ato prudente.

Explica que cidades fortificadas exigem tempo para construção de rampas, de carros couraçados. Em vez disto deve-se cercar a cidade e esperar, até que vejam que a vitória é inevitável. É sábio segundo o autor que deixe de propósito um caminho para fuga. Lutar com um inimigo encurralado é contraproducente.

3 – Outra máxima é a de que se és estrategicamente o mais fraco, procura a retirada em vez de ter que mais pra frente aceitar a rendição em situação adversa, onde ficará impossível saber o que ocorrerá quando estiver nas mãos do inimigo.

Neste capítulo,que considero o mais importante, ele menciona as cinco circunstâncias que se atendidas resultam em vitória certa. São elas:

1 – Aquele que sabe quando pode combater e quando não pode alcançar a vitória;

2 – Aquele que, servindo-se de grandes ou de pequenas forças, entende como tornar-se vitorioso;

3 – Aquele que consegue concentrar suas fileiras em um só objetivo será vitorioso;

4 – Aquele que é prudente e espera por um inimigo imprudente será vitorioso;

5 – Aquele cujos generais são hábeis e possibilitados de atuar sem interferências será vitorioso.

O mestre em sua grande sabedoria afirmou:

“ Fazer as nomeações é atributo do soberano; as decisões nas batalhas pertencem ao general”. Portanto este deve ter o máximo cuidado ao delegar o poder a pessoas vaidosas, mesquinhas e imprudentes.

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