Amanda de Santa/JL
A cidade de Rolândia pode perder em breve um de seus maiores patrimônios. Construído em 1934, por um funcionário da Companhia de Terras Norte do Paraná, Eugênio Victor Larinoff, o Hotel Rolândia corre o risco de vir abaixo. Isso porque os proprietários do imóvel venderam o terreno e a madeira da construção para cinco investidores da região de Londrina. No lugar do prédio histórico, deverão ser construídos dois prédios residenciais.
Um dos herdeiros do Hotel Rolândia, o advogado Pedro Pereira, contou que a propriedade foi vendida há alguns meses, mas não quis informar o nome dos empresários que adquiriram a construção. Ele disse que houve uma proposta de venda para a Prefeitura de Rolândia, mas o município teria alegado que não tinha condições de pagar pelo preço estipulado, cerca de R$ 2 milhões. A madeira teria sido vendida separadamente, para um depósito de madeiras usadas de Rolândia.
Na última quarta-feira (12), a prefeitura anulou um alvará de demolição do hotel, que fica na Avenida Presidente Vargas, 1795, entrada da cidade. O motivo da decisão seria um erro dos servidores na hora de conceder o documento. Segundo a procuradora geral do município, Miryan Siqueira Rosinski Alves, eles não teriam seguido alguns procedimentos específicos estabelecidos a partir de uma alteração na lei que regulamenta a demolição. Isso significa que, se o atual proprietário da madeira entrar com um novo alvará, dentro dos parâmetros estabelecidos pela legislação, o hotel e todo o seu valor histórico poderá desaparecer.
Marco histórico
A historiadora e coordenadora do patrimônio histórico do Museu Municipal de Rolândia, Solange Aparecida Pretti, contou que a cidade tem o hotel como marco histórico, já que a data da sua construção, 26 de junho de 1934, é considerada como o dia da fundação do município. Segundo ela, o hotel teria sido construído para que compradores de terras que visitavam a região tivessem um local para se hospedar.
A construção, feita em peroba rosa, já hospedou artistas como Derci Gonçalves, Tunico e Tinoco, Maysa. Moradores da cidade dizem que até o Ayrton Senna teria frequentado o hotel. Além de abrigar celebridades, o local foi palco de muitos bailes e eventos no início da colonização. Mas, nos últimos anos, o Hotel Rolândia recebia poucos hóspedes, apenas alguns mensalistas viviam lá. Além disso, o lugar não passou por manutenção, fazendo com que sua aparência antiga afastasse novos clientes.
A procuradora geral do município informou que a prefeitura tem interesse em comprar a madeira da construção para preservar o valor histórico do hotel para a cidade. A intenção é transportar parte da estrutura, que seria aberta para visitação pública, para o local onde será construído um museu histórico. A prefeitura solicitou a avaliação de um especialista para calcular o valor real da estrutura do imóvel. “Estamos em negociação com o proprietário da madeira”, disse. A decisão final sobre o destino do hotel deve sair no final da próxima semana.
domingo, 16 de janeiro de 2011
Marco histórico de Rolândia pode vir abaixo
domingo, janeiro 16, 2011
Molina com muita prosa & muitos versos
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