domingo, 16 de janeiro de 2011

Marco histórico de Rolândia pode vir abaixo

Amanda de Santa/JL

A cidade de Rolândia pode perder em breve um de seus maiores patrimônios. Construído em 1934, por um funcionário da Companhia de Terras Norte do Paraná, Eugênio Victor Larinoff, o Hotel Rolândia corre o risco de vir abaixo. Isso porque os proprietários do imóvel venderam o terreno e a madeira da construção para cinco investidores da região de Londrina. No lugar do prédio histórico, deverão ser construídos dois prédios residenciais.

Um dos herdeiros do Hotel Rolândia, o advogado Pedro Pereira, contou que a propriedade foi vendida há alguns meses, mas não quis informar o nome dos empresários que adquiriram a construção. Ele disse que houve uma proposta de venda para a Prefeitura de Rolândia, mas o município teria alegado que não tinha condições de pagar pelo preço estipulado, cerca de R$ 2 milhões. A madeira teria sido vendida separadamente, para um depósito de madeiras usadas de Rolândia.

Na última quarta-feira (12), a prefeitura anulou um alvará de demolição do hotel, que fica na Avenida Presidente Vargas, 1795, entrada da cidade. O motivo da decisão seria um erro dos servidores na hora de conceder o documento. Segundo a procuradora geral do município, Miryan Siqueira Rosinski Alves, eles não teriam seguido alguns procedimentos específicos estabelecidos a partir de uma alteração na lei que regulamenta a demolição. Isso significa que, se o atual proprietário da madeira entrar com um novo alvará, dentro dos parâmetros estabelecidos pela legislação, o hotel e todo o seu valor histórico poderá desaparecer.

Marco histórico

A historiadora e coordenadora do patrimônio histórico do Museu Municipal de Rolândia, Solange Aparecida Pretti, contou que a cidade tem o hotel como marco histórico, já que a data da sua construção, 26 de junho de 1934, é considerada como o dia da fundação do município. Segundo ela, o hotel teria sido construído para que compradores de terras que visitavam a região tivessem um local para se hospedar.

A construção, feita em peroba rosa, já hospedou artistas como Derci Gonçalves, Tunico e Tinoco, Maysa. Moradores da cidade dizem que até o Ayrton Senna teria frequentado o hotel. Além de abrigar celebridades, o local foi palco de muitos bailes e eventos no início da colonização. Mas, nos últimos anos, o Hotel Rolândia recebia poucos hóspedes, apenas alguns mensalistas viviam lá. Além disso, o lugar não passou por manutenção, fazendo com que sua aparência antiga afastasse novos clientes.

A procuradora geral do município informou que a prefeitura tem interesse em comprar a madeira da construção para preservar o valor histórico do hotel para a cidade. A intenção é transportar parte da estrutura, que seria aberta para visitação pública, para o local onde será construído um museu histórico. A prefeitura solicitou a avaliação de um especialista para calcular o valor real da estrutura do imóvel. “Estamos em negociação com o proprietário da madeira”, disse. A decisão final sobre o destino do hotel deve sair no final da próxima semana.

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