quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Ginásio de escola em Friburgo é usado como necrotério

G1

O ginásio Celso Peçanha da escola estadual Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, está sendo usado como necrotério, informou a Defesa Civil. O local onde funcionava o necrotério já estava interditado antes da tragédia das chuvas na Região Serrana. No entanto, o motivo do fechamento não foi divulgado. O necrotério informou que 12 pessoas morreram por causa da chuva.

Ao todo, o número de mortes em decorrência da chuva na Região Serrana chega a 119.

Funcionários da prefeitura de Friburgo, do Instituto estadual do Ambiente (Inea) e muitos voluntários ajudam na limpeza da cidade e passam informações aos bombeiros.
O tenente Catanhede do 6º Grupamento de Bombeiros Militar (GBM) de Friburgo disse que "se fosse depender só dos bombeiros nessa situação de catástrofe, era impossível".


Desespero para encontrar parentes

A cidade está sem sinal de telefonia, fixa ou celular, sem luz, sem água, sem transporte público e o comércio está fechado. Muitos moradores percorrem a cidade em busca de notícias de parentes. É o caso da estudante Lívia Franco, de 19 anos, que estava à procura do pai.

"Já percorri a cidade. Falaram que o meu pai passa chorando preocupado comigo. Fui na casa de parentes e acho que estão todos bem, mas não dá para saber de todos porque não tem mais telefone", desabafou ela.

Turistas assustados

Os turistas que estão hospedados em hotéis estão com medo de deixar a cidade e pegar as estradas. Os hotéis não estão recebendo hóspedes por causa da falta d´água e de comida.

O engenheiro mecânico Eraldo Kelfch chegou de carro na terça-feira (11) de Macaé, no Norte Fluminense, com o filho de 11 anos, e iria embora nesta quarta-feira (12). No entanto, ele afirmou que não quer se arriscar.

"Comprei biscoito. Não tem nem comida. nada. Nem luz", disse ele.

Cenário de caos

O cenário é de caos em Friburgo. Os bombeiros e a Defesa Civil não conseguem se comunicar com as próprias equipes e somente alguns orelhões na cidade funcionam. Muitos moradores perambulam a pé, muito abalados e sem saber o que fazer. Outras pessoas usam pás e baldes para retirar a lama e a água das casas. Um morador passou na rua carregando um galão de água. Outros filmam e tiram fotos.

Um rapaz de 17 anos, muito nervoso e chorando, contou que o pai estava ajudando no resgate para localizar um tio e dois primos que estariam numa casa que desabou no centro. Além da casa, um galpão que funcionava com uma garagem, uma loja e parte de um prédio foram soterrados.

"A gente se mudou daqui na sexta-feira (7), no sábado a gente veio na casa dos meus tios. Hoje (quarta) a gente saiu para ver como estava a cidade e demos de cara com a casa dele desabada", contou V. M., emocionado.

Por volta de 12h, na Praça Getúlio Vargas, também no Centro, houve um momento de pânico com moradores gritando e correndo. É que dezenas de pessoas de cinco prédios que ficam na praça foram retiradas pelos bombeiros por precaução. Elas dizem que ouviram um estrondo, mas não sabem se veio da encosta onde houve um grande deslizamento de terra, ou se o barulho foi do prédio. Entre as pessoas havia idosos sendo carregados, além de portadoras de necessidades especiais.

Uma mulher que mora no oitavo andar de um dos prédios, e que estava com um casal de vizinhos, contou os momentos de susto.
"A gente só ouvia 'desce, desce'. Ouvimos barulho de estalos a noite inteira. A gente não sabe se esse era do barranco ou da estrutura do prédio", disse a representante comercial Luciana Santiago.

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