terça-feira, 9 de novembro de 2010

Estados Unidos recuam de proposta ao G-20


Jamil Chade/AE

Os Estados Unidos recuaram de sua proposta de estabelecer limites para os superávits externos de outros países e anunciaram que estão perto de um acordo com a China.

O governo americano teria convencido a China a aceitar um acordo na reunião do G-20 (grupo dos 20 países mais ricos e influentes do mundo), que será realizada esta semana em Seul, na Coreia do Sul, para criar um "sistema de alerta" quando um país acumula superávits ou déficits excessivos.

Em troca, a Casa Branca abandonou sua ideia original de estabelecer um teto de 4% do PIB sobre o superávit de cada país, algo que era rejeitado pela China e por outros grandes exportadores e países emergentes.

O recuo ocorre depois de forte pressão internacional. Além de rejeitarem a proposta americana, China, Europa e países emergentes reagiram com irritação ao pacote econômico dos EUA.

O pacote prevê a injeção de US$ 600 bilhões na economia americana. O excesso de recursos deve "vazar" para outros países, o que pode provocar uma forte valorização de outras moedas e criar bolhas especulativas.

Na segunda-feira, 8, falando em Nova Délhi, na Índia, o presidente Barack Obama chegou a justificar sua política, alegando que "o que é bom para os EUA é bom para o mundo".

Sinais

Os primeiros sinais de um entendimento entre Pequim – o maior exportador do mundo – e Washington – o maior importador – começaram a aparecer. Pelo acordo, caberia ao FMI adotar uma série de regras para monitorar desequilíbrios em contas correntes e coordenar respostas para promover sua redução. A China, no fim da semana passada, havia acusado os americanos de quererem "voltar ao tempo da economia planificada".

Segunda-feira, Timothy Geithner, secretário do Tesouro dos EUA, explicou o acordo. "Essa é uma forma muito pragmática e multilateral de lidar com a questão. Isso vai permitir que possamos focar numa ampla gama de causas, e não apenas taxa de câmbio e permite que a China passe a seguir uma série de compromissos multilaterais."

Geithner admitiu que a proposta de estabelecer um teto para o superávit de cada país "não faria sentido econômico".

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