segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Entrevista dada por Flávio Arns, vice-governador eleito e futuro secretário da Educação, a Gazeta do Povo:


Como ocorrerá a implantação de um sistema próprio de avaliação na rede estadual?

Ainda neste ano queremos discutir este assunto com as instituições de ensino superior do estado, para que possamos desenvolver um sistema próprio. Existem experiências em outros estados que certamente irão constar nesta análise. A partir disso faremos consulta pública, que é importante também.

Para que um sistema próprio de avaliação, se já temos avaliações nacionais da educação básica feitas pelo governo federal, como o Ideb, o Saeb e a Prova Brasil?

O Ideb, apesar de ser um instrumento importante, leva em conta a realidade nacional. Primeiro vamos ter um sistema de avaliação de imediato, na frequência que quisermos, pois assim podemos atuar sobre a área que desejamos. Tem de estar muito de acordo com nossa realidade, com nosso currículo e planejamento.

Em São Paulo, o sistema próprio de avaliação serviu também para o pagamento de bônus por desempenho aos professores. Isso poderá ocorrer no Paraná?

Há muitas variáveis no desempenho obtido em cada escola. É preciso avaliar o contexto. Há escolas em regiões extremamente pobres e precárias. Mas o que nós queremos é que todos avancem. Neste sentido, nosso sistema de avaliação deve servir de instrumento para que nossa atuação seja melhor. Não há ainda nenhuma discussão de usar este sistema para pagamento de bônus ou dar algum tipo de retorno financeiro.

Com relação à infraestrutura das escolas, há necessidade de construir novos prédios ou retomar obras paralisadas?

Preliminarmente tenho a informação de que 1,5 mil, das 2,2 mil escolas estaduais existentes, apresentam problemas de estrutura. Grande parte destas escolas funciona sem autorização do Corpo de Bombeiros. E, por não ter esta autorização, a própria secretaria assume o risco. Existem muitas obras em andamento e estamos pedindo informações de cada uma delas. Sem dúvida existe a necessidade de construção de novas escolas, mas precisamos do levantamento. Há escolas compartilhadas com os municípios, mais de 150 turmas funcionando em turnos intermediários, escolas com partes interditadas e transporte escolar ocorrendo de maneira desnecessária.

O que deve ser feito para garantir mais segurança aos estudantes da rede estadual?

Iremos adotar ações de assistência, de saúde, de trabalho, para que haja uma articulação de políticas públicas a favor do aluno, da família e da escola. O grande objetivo é ter 500 escolas em período integral até o fim do governo. Vamos fortalecer a Patrulha Escolar no que for necessário. Existem muitas iniciativas boas, o que falta é articulação com todas as entidades para que a segurança na escola seja adequada. Uma coisa fundamental é abrir a escola para a comunidade.

Os municípios têm reclamado do pequeno repasse feito pelo governo do estado, com relação ao transporte escolar. Como vai ficar essa questão?

O transporte dos alunos da rede estadual é uma obrigação do estado. Se o município transporta alunos do estado, ele tem de ser ressarcido. Para mim e para o Beto Richa não há qualquer dúvida neste sentido. Vamos mapear o Paraná para ver onde é necessário o transporte e onde é melhor construir mais escolas.

Diante dos escândalos envolvendo desvios de diárias de viagens, pode haver alguma mudança na prestação de contas?

Já tenho conhecimento de encaminhamentos preliminares que devem ser feitos pelo Ministério Público Estadual. Mas é melhor aguardar a conclusão destes procedimentos para, com base nisso, tomar as providências necessárias.

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