sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Aposentadoria, uma realidade a ser encarada pelas empresas

Por Paula Araujo
Presentes em grandes empresas e vistos como parte integrante do processo de investimento na relação empresa/empregado, os programas de preparação para a aposentadoria ajudam no cumprimento das responsabilidades sociais e constituem boas ferramentas gerenciais. Além de obter informações adequadas sobre a aposentadoria, os trabalhadores podem, por meio dos programas, tomar conhecimento sobre atividades a serem desenvolvidas após a chegada do tão sonhado descanso.

“Em geral, esses programas trazem à tona uma reflexão sobre as alternativas ao processo da aposentadoria, fazendo com que muitos funcionários comecem a desenhar projetos de vida que contemplem suas capacidades profissionais e, principalmente, uma valorização dos talentos individuais”, explica a gerontóloga Maria Angélica Sanchez.

Segundo o psicólogo e consultor de RH Aguinaldo Neri, cada programa tem um objetivo diferente. Enquanto alguns são “meramente reflexivos”, outros são mais informativos. “Aos poucos, chegamos aos programas mais comprometidos com este segmento de trabalhadores que se aposenta e assume objetivos de desenvolvimento e preparação para esta fase da vida. São programas que influenciam áreas da vida tais como a educacional, a familiar, a social, a profissional, a da saúde e a espiritual”, conta Neri, dono da Aguinaldo Neri Consultoria, empresa especializada no assunto. Pode-se destacar, de acordo com ele, o desenvolvimento pessoal na maturidade profissional como o maior objetivo a ser alcançado pelo projeto.

Mais presentes na rotina das empresas brasileiras a partir dos anos 1970, os programas de preparação para a aposentadoria afetam a imagem das corporações e as condições de sustentabilidade, conforme afirma Aguinaldo Neri. Alguns deles já fazem parte da identidade das empresas, tornando-se bem conhecidos, como é o caso do projeto da Petrobras. Em vigor desde 1989, o programa é resultado do mapeamento de práticas de outras empresas. Atualmente, o projeto inclui plano de previdência complementar, plano de classificação e avaliação de cargos e outros benefícios. A participação do empregado acontece de forma voluntária.

Segundo o advogado Luiz Mazeto, a Lei do Idoso (8.842/94) registra que, no que diz respeito ao trabalho e à previdência social, é de competência dos órgãos e entidades públicas a criação e a manutenção de programas de preparação para a aposentadoria. De acordo com a norma, o serviço deve ser estimulado tanto no setor público quanto no privado, com antecedência de dois anos do afastamento do empregado.

Na opinião de Aguinaldo Neri, um programa que pode ser destacado como exemplo é o “Novotempo”, da CPFL de Campinas. “Ele tem compromissos com objetivos desensibilização, informação e também preparação efetiva tanto para a decisão quanto para a transição da aposentadoria”, explica. Segundo ele, aspectos genéricos e específicos são levados em conta neste programa, o que permite à empresa atender às mais variadas necessidades dos empregados.

Para quem pensa que a aposentadoria é algo que deve permear somente a cabeça dos mais velhos, Aguinaldo Neri aconselha: “A preocupação com este assunto deve estar presente desde o primeiro salário, sem exagero nenhum”.

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