quinta-feira, 3 de maio de 2012

O torturador arrependido Cláudio Guerra e o tenente Molina, ex-agente do CENIMAR, e que talvez seja o araponga Arlindo Molina envolvido com o escândalo dos Correios, receberam ordens para matar o Brizola


O ex-delegado do DOPS (Departamento de Ordem Político Social) do Espírito Santo, Cláudio Antônio Guerra, revela no livro “Memórias de uma Guerra Suja” que se disfarçou de padre para tentar assassinar Leonel Brizola, fundador do PDT e um dos líderes da resistência contra a ditadura militar. O disfarce era uma estratégia para responsabilizar a Igreja Católica pelo atentado.
Segundo Guerra, a operação foi comandada pelo coronel de Exército Freddie Perdigão (Serviço Nacional de Informações - SNI) e pelo comandante Antônio Vieira (Centro de Informações da Marinha - Cenimar). “Os militares também andavam muito aborrecidos com a Igreja Católica, que estava se alinhando à esquerda, pela abertura política”, afirma Guerra. Perdigão e Vieira também estavam à frente do atentado ao Riocentro.
Guerra levava também uma pasta com um revólver calibre 45. A arma era a preferida dos cubanos. A intenção também era ligar o governo de Fidel Castro ao assassinato. “Eu me lembro do boato de que Fidel Castro estava aborrecido por Brizola ter ficado com o dinheiro enviado por Cuba para financiar a guerrilha do Caparaó (o primeiro movimento de luta armada contra a ditadura militar). Os militares estimulavam esses boatos nos quartéis e entre nós”, revela Guerra. “Com o retorno de Brizola, os comentários sobre o dinheiro de Fidel apareciam aqui e ali”.
“O objetivo (do atentado) era implicar a Igreja Católica – resolveríamos dois problemas de uma vez só – e envolver os cubanos, insatisfeitos com a suspeita de desvio de verba para a guerrilha do Caparaó; daí a arma calibre 45”, aponta. “O objetivo, como sempre, era tumultuar o processo de redemocratização do Brasil”, reafirma o ex-delegado em depoimento ao jornalistas Rogério Medeiros e Marcelo Netto no livro que acaba de ser publicado pela editora Topbooks.
A tentativa de assassinato ocorreu quando Brizola morava em Copacabana, no Rio de Janeiro. A data é incerta. Guerra conta que foi entre “a chegada dele do exílio, em 1979 e antes da demissão do chefe da Casa Civil, Golbery do Couto e Silva” em 1981. O ex-delegado afirma no livro que se hospedou no Hotel Apa, na rua República do Peru. O hotel existe até hoje. Ele se registrou com identidade e CPF falsos, concedidos pela Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro na época. “Quando precisava incorporar um personagem para realizar uma missão, eles forneciam tudo: CPF, identidade, tudo”, relata.
O ex-delegado revela no livro “Memórias de uma Guerra Suja” foi até a porta do prédio onde Brizola morava montado na garupa de uma moto conduzida pelo tenente Molina, um militar do Cenimar. Normalmente o líder de esquerda saía de casa “um pouco antes do meio-dia”, pelas informações do SNI repassadas ao ex-delegado do DOPS. Naquele dia, Brizola não desceu e o atentado foi abortado. “Havia o interesse da comunidade de informações em eliminar Brizola, só que depois houve um retrocesso, uma mudança”, afirma Guerra.
Brizola sofreu uma tentativa de assassinato no Hotel Everest, no Rio de Janeiro, em 18 de janeiro de 1980, quatro meses depois de chegar do exílio. Uma bomba foi deixada na porta do apartamento do líder de esquerda mas desativada em seguida.
*Colaborou Adriano Ceolin, iG Brasília 

Tenente Molina:
O tal do tenente Molina (que não é meu parente, HA! HA! HA!), o oficial da Marinha que teria participado da tentativa de assassinato de Leonel de Moura Brizola, pode ser o mesmo araponga do escândalo dos Correios:
"O agente divulgado como operador nos Correios é Edgar Lange (Alemão). Este, tem relação próxima com um ex-agente do SNI, o capitão da reserva da PM de Minas, José Santos Fortuna Neves. Fortuna presta serviço de vigilância e investigações e é cúmplice de um "consultor" da FGV. Este é o oficial da reserva da Marinha, Arlindo Molina. Molina terceiriza a gravação através de um outro ex-agente, Jairo Martins, homem que tem registro de jornalista e é "frila" de arapongagem. Martins treina ao detetive particular e advogado cassado pela OAB do Paraná, Joel da Silva Filho. Joel e seu parceiro, João Carlos Mancuso conseguem o flagrante e a fita vai para o mercado negro. Molina e Fortuna tentam achacar Roberto Jefferson e aparentemente nada conseguem. Martins vende a fita para Veja e a crise estoura."


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