sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Simpósio sobre pedofilia do Vaticano termina com promessas de mudanças

O simpósio organizado pelo Vaticano sobre pedofilia é "um passo importante" na ruptura da igreja com a "cultura do silêncio", afirmou nesta quinta-feira (9) o porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi, no encerramento do fórum.

Lombardi disse que o trabalho realizado durante quatro dias por 110 representantes de Conferências Episcopais de todo o mundo, 30 superiores de ordens religiosas, psicólogos e especialistas foi muito positivo, já que demonstra a intenção da igreja em ajudar a sociedade a combater esses crimes.

As classes serão oferecidas em espanhol, inglês, alemão e italiano, e o centro contará com parceiros na Argentina, Equador, Alemanha, Gana, Índia, Indonésia, Itália e Quênia.Entre as medidas para combater os abusos, está a criação do Centro para a Proteção da criança, com sede em Munique, que será responsável pela formação de profissionais para cuidarem dos casos de pedofilia.

O cardeal de Munique, Reinhard Marx, ressaltou na apresentação do centro os "erros" cometidos pela Igreja na hora de enfrentar os casos de pedofilia e disse que esta se equivocou "ao proteger a instituições antes das vítimas".

"A perda de credibilidade da igreja ocorreu por causa desta omissão, que contribuiu para alimentar os ataques dos meios de comunicação", disse.

Lombardi destacou também o apoio oferecido pelo papa Bento XVI ao simpósio e as palavras ditas por ele, que disse que a cura das vítimas precisa ser acompanhada de uma renovação da igreja.

Durante o evento, o cardeal William Levada, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, revelou que um total de quatro mil denúncias de abusos sexuais a menores realizados por padres chegaram à instituição, e admitiu que a resposta da igreja foi "inadequada".


Vaticano reconhece 4 mil casos de pedofilia e admite erros


Um total de quatro mil casos de abusos sexuais a menores realizados por padres foram denunciados para a Congregação para a Doutrina da Fé nos últimos dez anos, informou nesta segunda-feira o prefeito da instituição, William Levada, que admitiu que a resposta da Igreja foi "inadequada". Levada deu estas declarações na Universidade Gregoriana de Roma durante a abertura de um simpósio sobre pedofilia, que irá até o dia 9 de fevereiro e que reúne líderes religiosos.

Durante o ato, o prefeito leu uma mensagem do papa Bento XVI, no qual afirma que a cura das vítimas deve ser "a preocupação prioritária" da comunidade cristã e que isso tem que ocorrer ao lado de uma "profunda renovação da igreja em todos os níveis". Levada, por sua parte, destacou a luta do pontífice contra o abuso de menores, o que começou quando ele era o cardeal Joseph Ratzinger.

O prefeito afirmou que Bento XVI sofreu nos últimos anos "duros ataques" por parte da imprensa, "quando deveria ter recebido a gratidão de toda a igreja e de fora dela" pelo trabalho realizado e sua postura de "tolerância zero" com a pedofilia. Levada, no entanto, admitiu que as quatro mil denúncias "evidenciaram a inadequada e insuficiente resposta da igreja".

O religioso ressaltou a necessidade da Igreja colaborar com as autoridades civis para enfrentar os casos de padres pedófilos, destacando que o abuso sexual de menores de idade não só é um delito religioso, mas também um crime. Levada disse ainda que embora as leis civis variem de nação para nação, o princípio sempre é o mesmo: "a igreja tem a obrigação de cooperar com a lei civil e denunciar esses crimes às autoridades competentes". (Efe)

O momento mais emocionante do evento ocorreu quando a irlandesa Marrie Collins, de 65 anos, que foi abusada por um padre quando tinha 13 anos, contou seu drama aos presentes.

O público composto por religiosos ficou com um nó na garganta quando Collins narrou seu drama: "os dedos que abusaram do meu corpo de noite eram os mesmos que me ofereciam a hóstia sagrada de manhã". (Efe)


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