segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

PT busca movimentos sociais para frear expansão do PMDB sob Dilma

O PT intensificou nos últimos meses seus contatos com os movimentos sociais na tentativa de aglutinar forças além do campo institucional para levar adiante projetos estratégicos e, sobretudo, confrontar o PMDB, o seu sócio de maior peso no condomínio do governo da presidente Dilma Rousseff.

Com sindicatos, movimentos sociais e manifestações populares, os petistas acreditam que poderiam desequilibrar a atual correlação de forças entre os dois partidos, inclusive nas eleições municipais deste ano, território onde o PMDB historicamente apresenta bons resultados: em 2008, os peemedebistas elegeram 1.207 prefeitos contra 558 prefeitos petistas .

O outro objetivo estratégico da ação é utilizar a pressão das entidades organizadas para fazer avançar no Legislativo e no Executivo projetos e discussões sobre temas em que o PMDB é frontalmente contra o PT, como a redução da jornada semanal de trabalho, por exemplo.

Em conversa com o Estado (leia entrevista nesta página), o presidente do PT, Rui Falcão, diz que o partido nunca teve intenção de "instrumentalizar" os movimentos, mas admitiu que a legenda aposta na mobilização popular, a exemplo do que ocorreu no passado com a campanha pelas eleições diretas, para levar adiante seus projetos de mudança, especialmente a reforma política.

O desafio é sintonizar projeto petista com os dos sindicatos e movimentos. Em alguns setores da direção nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), com a qual se reuniu em dezembro, Falcão deixou nítida impressão de que, embora apoie as principais reivindicações da entidade, evita defendê-las com vigor para não provocar demais os líderes do PMDB.

O caso mais evidente seria o da proposta de redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem cortes nos salários: agrada ao ideário petista, mas, por não ser bem aceita pelos peemedebistas, perde força e brilho no debate político. O mesmo ocorreria com a questão do fim do fator previdenciário, outra bandeira da CUT. (AE)


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