sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Greve na UNIR revela desvio de verbas, abandono e truculência policial

A ação das polícias militar e federal na greve da UNIR tem sido caracterizada pela truculência e arbitrariedade.
Por Idelber Avelar
Os professores da UNIR (Universidade Federal de Rondônia) estão em greve há 49 dias e a Reitoria se encontra ocupada pelos estudantes há 28. Os grevistas denunciam que os recursos do REUNI repassados pelo MEC não foram aplicados na universidade, tendo sido usados pela Fundação Riomar para os esquemas de desvios de recursos para partidos políticos. O movimento reinvidica o afastamento do Reitor José Januário de Oliveira Amaral, responsabilizando-o por irregularidades detectadas pela CGU (Controladoria-Geral da União) na universidade.
Em 2010, houve uma auditoria da CGU na universidade, que apontou irregularidades em licitações, ausência de fiscalização na aplicação de recursos e contratos não registrados. No dia 01/11, foi realizada uma carreata em Porto Velho que, segundo professores e estudantes, foi a maior já feita no estado. A Reitoria é acusada de retaliação aos estudantes, ao não pagar bolsas de estudo, argumentando que a ocupação teria impedido o acesso aos arquivos eletrônicos localizados no prédio.
Ao longo da greve, a ação das polícias federal e militar tem sido caracterizada pela arbitrariedade e truculência, duramente criticada por alunos e professores. Nesta semana, foi divulgado um vídeo em que policiais federais à paisana confiscaram uma câmera de um professor. No dia 21, nas escadarias da Universidade, policiais federais agrediram com cassetete o Deputado Mauro Nazif (PSB-RO), que estava lá como mediador do conflito entre estudantes e reitoria. Desde então, o Deputado Nazif esteve com o Ministro da Justiça, José Éduardo Cardozo, para denunciar a agressão. A cobertura midiática, tanto na imprensa tradicional como na internet, tem sido mínima.
O site do DCE, o perfil de Felipe Milanez no Twitter e, principalmente, o blog do comando de greve, têm sido atualizados com informações sobre o movimento e a repressão a ele. O site O Observador, que vinha cobrindo a greve e sofrendo várias ameaças, se encontrava fora do ar no momento de fechamento desta matéria.

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