quarta-feira, 26 de outubro de 2011

DNA identifica jovens mortas em escola de Campo Mourão

Resultado de exame de DNA, feito pelo Instituto de Criminalísticia, confirmou a identidade de duas jovens mortas em 2008 e vai permitir que o assassino vá a julgamento. A polícia aguardava a identificação dos ossos encontrados na fossa de uma escola em Campo Mourão, centro-oeste do Estado, para dar prosseguimento ao processo.

Após dez meses de trabalho, 16 tentativas de extração de DNA e cerca de R$ 13 mil gastos com exames, chegou-se à conclusão que os restos mortais pertencem a Dimitria Laura Vieira Gênero, 15 anos, que desapareceu em julho de 2008, e a Iara Pacheco de Oliveira, 19, em novembro do mesmo ano. O resultado foi confirmado na sexta-feira (21) e divulgado nesta segunda-feira (25).

De acordo com o delegado-adjunto da 16.ª Subdivisão de Polícia, de Campo Mourão, José Aparecido Jacovós, as suspeitas caíram sobre o zelador da Escola Estadual Vinícius de Moraes, Raimundo Gregório da Silva, 50 anos. Ele está preso desde agosto do ano passado, mas não foi julgado, porque os resultados dos exames não haviam confirmado se os ossos eram ou não de Dimitria e Iara.

O zelador disse à polícia, no ano passado, ter atraído as duas vítimas até sua casa. Após matá-las a golpes de marreta, ele as enterrou na horta da escola e, depois de um mês, as desenterrou, incinerou os ossos, e os jogou na fossa. Esse procedimento dificultou a extração do DNA.

CRIMINALÍSTICA - Segundo o responsável pelo setor de DNA do Instituto de Criminalística, Hemerson Bertassoni Alves, os ossos das meninas foram encaminhados para análise em outubro do ano passado, mas por falta de recursos para compra de reagentes, os exames tiveram início só em dezembro.

“Não houve nenhum problema administrativo interno que tenha contribuído para a demora dos resultados, o fato foi que ficamos seis meses sem material para fazer os exames”, afirma o diretor do Instituto de Criminalística, Antônio Édson Vaz de Siqueira.

O DNA presente nos ossos das vítimas estava degradado, porque foi submetido ao calor e à umidade, quando o material foi incinerado e enterrado. “Foram utilizadas quatro técnicas diferentes de extração, todas validadas por protocolos internacionais. Esgotamos o material ósseo para a obtenção dos perfis genéticos”, acrescenta.

JULGAMENTO - O delegado diz que agora, com o resultado, Silva poderá responder por duplo homicídio qualificado. Diante de diversas qualificações, o zelador poderá ser condenado a 60 anos de prisão. O delegado-adjunto da Divisão Policial do Interior, Pedro Luiz Fontana Ribeiro, ressalta a importância do trabalho conjunto da Polícia Civil e do Instituto de Criminalística para que o caso fosse solucionado e as famílias das vítimas pudessem sepultá-las.

O restante do material que foi encaminhado para análise deverá ser devolvido ao Instituto Médico-Legal de Campo Mourão, e, em seguida, poderá ser liberado para os familiares.

CONFISSÃO - Raimundo Gregório da Silva trabalhava e morava no mesmo local onde as jovens estudavam e tinha namorado uma tia de Dimitria. O que chamou a atenção da polícia foi o suspeito ter se aproximado da família dela, depois dos desaparecimentos.

O delegado Jacovós diz que o zelador passava recado sobre a situação das meninas, dizia que recebia mensagens de Dimitria pelo celular e que ela estava morando na Espanha. Diante dos indícios, a polícia conseguiu um mandado de busca e apreensão na casa dele. No local, foram encontrados vários filmes e revistas pornográficas e um celular em que tinha arquivada uma das mensagens que Dimitria supostamente teria enviado à família.

Ao perceber uma fossa aterrada no quintal da casa do zelador, dentro da escola, a polícia também pediu que a terra fosse retirada do local. Durante esse processo, foram encontrados ossos de dois corpos femininos, que haviam sido incinerados. Também foram encontrados os pertences das meninas no forro do prédio da escola.

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