quinta-feira, 1 de setembro de 2011

ARAUCARIA: A Vale e a Petrobras e o futuro sobre a produção de fertilizantes no país

Vale e Petrobras negociam ativos no PR

A Vale Fertilizantes, subsidiária da Vale para o setor, informou ontem que está negociando com a Petrobras uma operação que envolve ativos no Complexo Industrial de Araucária (PR). A empresa não deu detalhes sobre as conversas, mas especula-se que a unidade paranaense seja uma espécie de moeda de troca na dura negociação entre as duas empresas para prorrogação do contrato do arrendamento à Vale da mina de potássio em Sergipe que pertence à estatal.
"A Vale Fertilizantes informa a seus acionistas e ao mercado que vem mantendo tratativas preliminares e não vinculantes com a Petrobras com relação a uma potencial operação envolvendo seus ativos nitrogenados no Complexo Industrial de Araucária. Até esta data, não há qualquer espécie de entendimento definitivo entre as partes, não tendo sido celebrado qualquer instrumento vinculativo que determine os termos e condições relativos à potencial operação", limitou-se a dizer a empresa.

Em Araucária, a Vale Fertilizantes desenvolve o projeto Arla, que prevê a adequação da unidade para produção de ureia para os setores químico, de fertilizante e automotivo. Segundo dados que constam do site da empresa, foram feitos investimentos de R$6,7 milhões no local com esse intuito no primeiro trimestre deste ano.

A ideia do Arla, sigla para Agente Redutor Líquido Automotivo, é que este produto - à base de nitrogênio - seja misturado ao diesel, reduzindo emissões de poluentes. Como, a partir de 2012, o Brasil adotará novos padrões de emissões de partículas de veículos, seguindo tendência internacional, o Arla é visto como uma alternativa promissora. O objetivo é que a produção em Araucária atenda 60% da demanda nacional pelo produto.

Como a Petrobras produz e distribui combustíveis e já tem unidades de produção de ureia, o complexo de Araucária seria interessante para a empresa adquirir ou assumir a atividade da unidade do Paraná. Essa seria a carta na manga da Vale para convencer a estatal a estender o prazo de arrendamento da mina de potássio em Sergipe Taquari-Vassouras, que termina em 2017. A Vale propôs explorar a mina por mais 35 a 40 anos, mas Petrobras ofereceu renovar o contrato por 25 anos.

Em julho, Dilma cobrou acordo entre as empresas

A divergência entre as duas gigantes levou a presidente Dilma Rousseff a convocar uma reunião em Brasília, em julho passado, entre os presidentes da Vale, Murilo Ferreira, e da Petrobras, José Sérgio Gabrielli. Os dois saíram da reunião com o compromisso de chegarem a um acordo em 40 dias. O prazo terminou ontem.

Taquari-Vassouras é a única mina produtora de potássio do Brasil. Ela pertencia à Petromisa, subsidiária da Petrobras que foi extinta no início dos ano, durante o governo Collor. O interesse da Vale pela mina cresceu nos últimos anos, quando a empresa passou a investir mais pesadamente em fertilizantes, visando à demanda global por alimentos. Apesar da força da agricultura no Brasil, o país é importador de matérias-primas usadas na indústria de fertilizantes, entre elas o potássio. (O Globo)

Mais:

Petrobras quer unidade de nitrogenados da Vale

A Vale precisa de mais prazo para investimentos em Sergipe, enquanto a Petrobras quer ampliar sua produção de nitrogenados para ter mais um destino para o gás natural.
São Paulo - A Petrobras quer que a Vale utilize como moeda de troca para obter a prorrogação do contrato do arrendamento das minas de carnalita, minério do qual se extrai o potássio, em Sergipe, a unidade de nitrogenados que a mineradora herdou da Fosfértil, empresa que adquiriu no ano passado.

Segundo fontes próximas das discussões, as companhias estão próximas de um acordo. A Vale precisa de mais prazo para dar andamento aos investimentos em Sergipe, enquanto a Petrobras quer ampliar sua produção de nitrogenados para ter mais um destino para o gás natural. Nitrogênio, fósforo e potássio são a matéria-prima básica para a produção de fertilizantes, e o Brasil depende da importação de todos eles.

A Vale opera a mina de Taquari-Vassouras (SE) desde 1992, cujos direitos minerários são da Petrobras. Esses direitos vencem em 2017. A produtora de minério de ferro tenta há alguns anos argumentar com a Petrobras para que a estatal renove o prazo de exploração, mas até o momento não teve nenhuma resposta.

Caso o prazo seja ampliado, a Vale programa investimentos de US$ 4 bilhões com objetivo de elevar a produção de potássio no local das atuais 700 mil toneladas para 2,4 milhões de toneladas. Hoje, esse é o único local onde existe produção do insumo no Brasil, que responde por apenas 10% do total consumido no País; o restante é importado.
A meta da mineradora é chegar a 3,4 milhões de toneladas de potássio em 2015, considerando todas suas operações de potássio, inclusive a da Argentina.

Amônia
Além da unidade de nitrogenados que a mineradora herdou da Fosfértil, localizada em Araucária (PR), a Vale também produz nitrogenados em Cubatão (SP), outra unidade que era da Fosfértil. No Brasil, há outros dois polos para a síntese de amônia - o primeiro composto nitrogenado -, que pertencem à Petrobras: o complexo de Laranjeiras (SE) e o de Camaçari (BA).

Não é à toa que o interesse da estatal pode estar nesses ativos. A Petrobras está investindo para monetizar as reservas de gás natural do pré-sal e da Bacia de Santos. Com o investimento na produção de nitrogenados, a Petrobras conseguiria, além de aumentar a oferta nacional de fertilizantes, garantir um mercado consumidor firme para esse gás. Também nesse sentido, a estatal prevê construir outras três unidades de nitrogenados: em Três Lagoas (MS), Uberaba (MG) e em Linhares (ES). (


Vale Fertilizantes: Acidente causado por falta de investimento deixa trabalhador em estado grave em Araucária (PR)

VALE FERTILIZANTES: O LUCRO ACIMA DA SEGURANÇA

Acidente por falta de investimento leva trabalhador a UTI

Desde que a Vale do Rio Doce comprou a Ultrafértil, as condições de trabalho na unidade industrial de Araucária (PR) – já precarizadas devido à privatização da empresa em 1993 – vem se deteriorando ainda mais. Para cumprir orçamentos que garantem os polpudos lucros, a Vale tem deixado os trabalhadores até sem uniformes, que, em uma indústria Petroquímica de Risco 3, é considerado Equipamento de Proteção Individual (EPI) e portanto, de uso obrigatório.

A falta de reposição de peças justificada pela política de “estoque zero” faz com que a fábrica de Araucária opere com o sistema de proteção de alguns equipamentos “desligados” ou “desviados”. Além de irregular, isto compromete significativamente as condições de funcionamento requeridas pelos fabricantes.

Na última terça-feira (25/01), um acidente provocado pela não execução de uma solicitação de serviço ocasionou a queda de um trabalhador, deixando-o em estado grave. A solicitação foi apresentada ainda em 2008 e, posteriormente, foi encaminhada a Comissão Interna de Prevenção de Acidente (CIPA) e refere-se a uma irregularidade no guarda-corpo de proteção contra quedas no setor do almoxarifado. O guarda-corpo estava em desacordo com a Norma Regulamentadora Nº8 do Ministério do Trabalho, que regulamenta os requisitos técnicos mínimos que devem ser observados nas edificações.

A situação da segurança está se tornando insustentável. A brigada de emergência está se desconstituindo. A ação da equipe, que é formada por trabalhadores voluntários, é imprescindível para garantir a segurança da comunidade, do meio ambiente e da fábrica como um todo. Todos os membros declararam, em abaixo-assinado que após o dia 07 de fevereiro, que não mais farão parte da brigada devido ao descaso da Ultrafértil/Vale Fertilizantes para com a equipe.

O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Petroquímicas do Estado do Paraná (Sindiquímica-PR) irá denunciar tal situação à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) e ao Ministério Público. Também irá mobilizar os trabalhadores e comunidade para que a empresa não venha a operar sem a brigada de emergência.


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