sexta-feira, 8 de julho de 2011

Petista é responsável por 90% das obras do Dnit, diz Pagot, que foi indicado pelo Blairo Maggi

Depois de perder o comando do Ministério dos Transportes sob acusações de corrupção, o PR manda ao governo seu recado: não quer pagar sozinho pelas denúncias que abalaram a pasta e já faz ameaças a petistas que estão na estrutura do órgão, informa reportagem de Catia Seabra, publicada na edição desta sexta-feira da Folha .

Afastado após ter o nome envolvido nas acusações, o diretor-geral do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), Luiz Antonio Pagot, deu ontem uma prévia de como será seu depoimento sobre o escândalo, programado para terça e quarta-feira no Congresso.”O Dnit é um colegiado. O Hideraldo manda tanto quanto o Pagot”, disse, em referência ao petista Hideraldo Caron, diretor de Infraestrutura Rodoviária do Dnit, e listando, em seguida, todo o colegiado do órgão.

Pagot e outros três nomes da cúpula do Ministério dos Transportes tiveram o afastamento determinado pela presidente Dilma Rousseff após reportagem da revista “Veja” sobre um suposto esquema de superfaturamento de obras e recebimento de propina envolvendo servidores e órgãos ligados à pasta. (Uol)


Ligação com Pagot atrapalha indicação de Blairo Maggi


O fato de Blairo Maggi ser o padrinho político do diretor-geral afastado do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Luiz Antonio Pagot, pode ser o principal obstáculo para o senador mato-grossense assumir o Ministério dos Transportes, como quer a cúpula do seu partido, o PR.

Esse detalhe foi enfatizado em reportagens e em análises de jornalistas do canal a cabo Globo News, na noite de quinta-feira (7), na edição do "Jornal das Dez". Aliado a isso, há o fato de que a presidente Dilma Rousseff, em mais de uma oportunidade, teria deixado transparecer que quer tirar o PR o comando do ministério.

"Se a presidente Dilma aceitar a indicação do PR, nomeando Blairo Maggi para o cargo, fica a sensação de que, em vez de uma mudança diante da crise, haveria apenas uma troca de nomes", observou o jornalista Carlos Nascimento. Na prática, segundo ele, seria o mesmo que trocar seis por meia-dúzia.

O âncora do Jornal das Dez, André Trigueiro, fez questão de assinalar que, acima de tudo, há o fato de que Maggi é o padrinho político de Luiz Antonio Pagot, um dos principais ícones do escândalo do "propinoduto" do DNIT, denunciado pela revista "Veja", na semana passada. Pagot foi afastado, entrou em férias, mas o Palácio do Planalto já deixou claro que ele não voltará ao cargo.

Para a jornalista Renata Lo Prete, do jornal Folha de S. Paulo e da Globo News, ao conversar com Blairo Maggi e com outros caciques do PR - como o fez nesta semana -, a presidente Dilma Rousseff, quando nada, buscaria passar uma mensagem. Ela está preocupada com os rumos do Ministério dos Transportes e gostaria de promover uma ampla mudança, começando por despejar o PR da pasta.

Segundo Lo Prete, Dilma teria deixado claro aos caciques do PR que, doravante, tudo será diferente no ministério, independentemente de quem será o substituto do ex-ministro Alfredo Nascimento.

O futuro titular da pasta não terá total liberdade para escolher seus principais assessores, com destaque para o DNIT e para a Valec (estatal que cuida do transporte ferroviário), ícones do escândalo que derrubou toda a cúpula do ministério.

A jornalista lembrou que, na manhã de quinta-feira, Blairo Maggi foi recebido pelo chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, ministro Gilberto Carvalho, no Palácio do Planalto. Foi uma sondagem, o que não significa dizer que houve o convite oficial. O senador confirmou o encontro, em entrevista coletiva.

Ligações perigosas

A exemplo de Nascimento e Trigueiro, Renata Lo Prete também enfatizou o fato de Maggi ter indicado o polêmico Pagot para comandar o DNIT.

Para ela, no âmbito do Palácio do Planalto e, até mesmo, entre os colegas de PR, haveria o temor de que o senador mato-grossense possa, por um motivo ou outro, ser enredado na trama que levou à demissão do ministro Alfredo Nascimento e de Luiz Pagot.

A estratégia do Palácio do Planalto seria no sentido de levar Maggi a não aceitar o cargo "oferecido" pela cúpula do PR. Assim, a presidente Dilma nomearia o secretário-executivo do ministério, Paulo Passos, o nome de sua preferência. Passos, no entanto, não é aceito pelos republicanos.

Avaliação

Embora tenha sido sondado pelo Governo e indicado pelo partido, Maggi afirmou que ainda precisa avaliar a situação. A resposta do senador deve ser dada na próxima semana, quando o nome será oficializado para a presidente Dilma Rousseff.

Neste fim de semana, ele estará em Mato Grosso para conversar com seus sócios no Grupo Amaggi sobre a possibilidade de assumir o ministério. (MN)

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