Mais de 30 mil trabalhadores estão reunidos no quilômetro 12 Rodovia Anchieta, na divisa entre São Paulo e São Bernardo do Campo, para protestar em defesa da indústria brasileira e do emprego de qualidade. A manifestação, organizada conjuntamente pelos sindicatos dos Metalúrgicos do ABC (CUT) e de São Paulo (Força Sindical), conta com a participação de trabalhadores de empresas como Mercedes-Benz, Volks, Ford, Mahle e da empresa de autopeças Rassini, entre outras.
“Estamos aqui em defesa da indústria nacional. A previsão da produção da Volks, por exemplo, é de 1 milhão de automóveis no ano. Para se ter uma ideia, esse é o número que importamos no período. São 103 mil empregos que estamos deixando de gerar”, denuncia Sérgio Nobre, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
Os trabalhadores querem denunciar o risco de desindustrialização e perda de postos de trabalho que ronda o Brasil. A pauta dos sindicatos inclui fortalecimento da negociação coletiva, estímulo à inovação tecnológica, ampliação de vagas para o ensino técnico e tecnológico nas instituições federais e redução da taxa básica de juros.
“Não dá pra admitir que nossos portos fiquem escancarados para o produto do exterior. Se não melhorarmos, no futuro nossos filhos e netos estarão sofrendo com um país sem indústria”, alerta Miguel Torres, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.
A desconfiança em relação à China é outro fator de consenso. “Essa manifestação não é contra ninguém, mesmo porque a China está prezando pelos seus empregos e é isso que deveríamos fazer também. Estamos assistindo nossa indústria desaparecer. Se quisermos ter independência, temos que lutar para que isso aconteça”, afirma Nobre.
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