sexta-feira, 8 de julho de 2011

Berlusconi rejeita novo mandato, e escândalo afeta ministro

O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, declarou na sexta-feira que não vai concorrer a um novo mandato quando o atual terminar, em 2013, enquanto seu governo é assolado por disputas internas, e seu ministro da Economia se vê envolvido em uma investigação por corrupção.

Em entrevista ao jornal La Repubblica, Berlusconi repetiu as declarações que vem fazendo nos últimos meses, de que não pretende disputar uma nova eleição, e que vai indicar o seu ministro da Justiça, Angelino Alfano, para sucedê-lo

Ele também fez comentários desfavoráveis ao ministro da Economia, Giulio Tremonti, que está enfraquecido por disputas com colegas de gabinete e que se viu mais pressionado na sexta-feira com a prisão de um colaborador.

“Se eu pudesse, saía agora”, disse Berlusconi ao La Repubblica, jornal que lhe faz oposição. “Não estou renunciando… mas dá vontade.”

Tremonti é amplamente visto como responsável por blindar a Itália da crise na zona do euro, graças à sua insistência em medidas de redução do déficit. Mas sua situação ficou mais delicada com o pedido de prisão, feito por promotores napolitanos, de seu ex-assessor Marco Milanese, acusado de corrupção.

Até quinta-feira à noite, Tremonti costumava pernoitar durante alguns dias da semana num apartamento de Milanese em Roma. Ele divulgou nota dizendo que se mudou depois de saber das denúncias de corrupção.

O próprio Berlusconi também enfrenta denúncias de corrupção, além de um processo judicial em que é acusado de pagar para fazer sexo com uma menor. Seu governo vem enfrentando sucessivas quedas nas pesquisas de popularidade, além de derrotas em eleições locais e referendos.

A tensão dentro da coalizão conservadora foi agravada também por medidas de austeridade destinadas a eliminar o déficit público até 2014. A Itália é um dos países mais endividados do mundo, e o deságio pelos títulos nacionais está no seu maior valor em relação aos títulos alemães, parâmetro dessa transação, desde a adoção do euro, há mais de uma década.

Berlusconi prometeu que o orçamento será modificado no Parlamento para ficar menos rígido, e fez críticas a Tremonti, autor do pacote.

“Ele está preocupado com os mercados, eu o entendo. Mas sempre lembro a ele que na política o resultado é feito de consensos e votações. Ele não está interessado no consenso, mas nós estamos. Então, sem alterar a soma final, vamos alterar o orçamento no Parlamento.” (Reuters)

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