segunda-feira, 13 de junho de 2011

Novo senador acusado de ser “gafanhoto”


O novo senador paranaense, Sérgio Souza (PMDB), foi apontado pela revista Veja, na edição deste domingo, como um “gafanhoto” da Assembleia Legislativa do Paraná, enquanto trabalhou no gabinete do ex-governador Orlando Pessuti (PMDB).

O esquema, que funcionou entre os anos de 2001 e 2004, foi desvendado por procuradores federais. Em março deste ano, o caso voltou a ser investigado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal. Cerca de 400 funcionários da Assembleia, ex-servidores da Casa e dezenas de políticos paranaenses são investigados por desvio de dinheiro público, sonegação de impostos federais e estelionato.

A sistemática consistia no depósito dos salários de vários servidores do Legislativo na conta de uma única pessoa, normalmente ligada a um deputado, que manipulava o dinheiro. Isso, segundo a PF, levanta a suspeita de que havia desvio do dinheiro.

“Isso é um absurdo. Não traduz a verdade. Para mim, é uma surpresa. Nunca fiz nada de errado”, afirma o senador sobre a denúncia da revista.

Souza, que toma posse amanhã, era suplente da atual ministra chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffman, no Senado. Ele conta que trabalha com Pessuti desde 1992 e, em 1995, por corte de verba, teve que sair do gabinete do então deputado estadual Pessuti. “O dinheiro que eu ganhava não dava para pagar a faculdade”, diz.

Na mesma época, ainda estudante de Direito, foi convidado a trabalhar no Tribunal de Contas do Paraná (TC), em um cargo comissionado. Segundo o senador, ele permaneceu lá até meados do ano 2000, quando voltou ao gabinete de Pessuti, na Assembleia.

No entanto, ele conta que, neste período de cinco anos de vínculo no TC, se manteve trabalhando no Legislativo com Pessuti, por gratidão, sem receber salário algum. “Continuei lá por gratidão ao Pessuti”. De acordo com ele, ia toda manhã para Assembleia, à tarde para o TC e à noite estudava. Pessuti foi procurado pela reportagem para comentar a denúncia, mas não quiz fazer comentários.

Segundo a revista Veja, a mãe do senador Sérgio Souza, Erotildes Matias de Souza, de 62 anos, também teria sido usada no esquema ganhafoto enquanto foi funcionária de Pessuti, no escritório político do ex-governador, em Ivaiporã, na região do Norte Central do estado.

O senador confirma que sua mãe trabalhou para Pessuti, em Ivaiporã. Segundo ele, Erotildes teria trabalhado por cerca de cinco meses. A função exercida por ela seria uma espécie de assistência social, recebendo pessoas doentes e as encaminhando para médicos, atendendo à população de forma geral.

Souza diz que, como ela sempre foi dona de casa e nunca teve uma conta bancária, ele, como filho, cedeu sua conta salário da Assembleia para Erotildes poder receber. De acordo com o senador, depois de alguns meses, ela desistiu de trabalhar e preferiu retornar a ser dona de casa. “Ela nunca teve uma conta bancária na vida. Então, cedi minha conta para ela”. (GP)

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