A empresa londrinense irá apresentar software como o simulador de colheitadeira, desenvolvido para a New Holland
Com altos investimentos previstos para os próximos anos, também em função da Copa do Mundo e das Olimpíadas, o setor vive momentos de expectativa e a empresa londrinense é uma das poucas, no Brasil, a possuir tecnologia já desenvolvida e testada com sucesso.
Na feira de negócios, que acontece desta terça-feira (14) a quinta-feira (16), a Oniria vai apresentar soluções para a área de defesa, com tecnologia 100% brasileira. "Vamos apresentar simuladores para treinamento de pessoal em equipamentos de alta periculosidade ou em situações de grande pressão onde o custo associado é muito grande", explica o diretor comercial e fundador da Oniria, Juliano Barbosa Alves.
Os simuladores também permitem o treinamento de falhas de equipamento e recriam os mais diversos cenários adversos. Para a Petrobras, por exemplo, a Oniria criou um simulador de guindaste para plataformas de petróleo; para a New Holland, desenvolveu simuladores de colheitadeiras.
O produto mais recente, lançado na Agrishow 2011 realizada em Ribeirão Preto (SP), em maio, recebeu o nome de Sim CaseIH, um simulador de colheita de cana projetado para reproduzir a utilização da colhedora de cana modelo A8800.
O simulador permite total imersão ao usuário, por exibir imagens da colheita numa cabine real, permitindo experiência bem próxima do real, desde o conforto do equipamento até as características de agricultura de precisão com os comandos físicos reais da cabine, além de experiência visual impressionante.
O simulador é capaz de evitar riscos no treinamento de pessoas, além de proporcionar economia para proprietários de equipamentos modernos e sofisticados como as novas máquinas agrícolas. O custo, segundo Alves, é compensador até para o produtor agrícola, já que o conserto dessas máquinas costuma ser bastante caro.
Pesquisas revelam que o treinamento com simuladores prepara 70% melhor o profissional e que o equipamento é capaz de preparar o usuário pelo menos 90% das situações reais.
A base tecnológica desenvolvida pela Oniria suporta qualquer tipo de aplicação. Com isso, a empresa pode criar produtos sob medida para clientes dos mais variados ramos da economia. De acordo com Juliano Alves, a Oniria trabalhou, desde o começo, tendo como base a metodologia utilizada por grandes centros internacionais de pesquisa da Inglaterra e dos Estados Unidos.
Dos games aos simuladores, a Oniria trilhou um caminho lógico. Afinal, como lembra Alves, praticamente todas as novas tecnologias gráficas e de simulação provêem do universo de desenvolvimento dos jogos e softwares interativos. Com sucesso nesta área obtido também com projetos vendidos para a Alemanha, Áustria e Suíça, ampliar a atuação para a área de treinamento foi, mais uma vez, a comprovação de antenas bem ligadas nas necessidades do mercado.
Afinal, hoje não se fala em outra coisa que não a necessidade de treinamento e capacitação para o mercado brasileiro. O desemprego em queda revelou a necessidade de pessoal especializado em inúmeras áreas. Sem contar a economia que pode ser feita com a simulação de estandes de tiro ou operação de blindados, por exemplo.
Games sérios
A base tecnológica inovadora é a marca registrada da Oniria, criada há quase 10 anos para produzir games, já que os três proprietários são da geração que hoje está na casa dos 30 anos – a primeira a se formar completamente na era dos computadores. Mas, ao contrário de tantas empresas essencialmente tecnológicas criadas por nerds apaixonados e absorvidos pela técnica, a Oniria tem sólida base humanística, por mais incrível que isto soe.
Ao descobrir que queria se profissionalizar na área, Juliano Barbosa Alves escolheu estudar Ciências Sociais, e não Informática. "Eu queria entender a tecnologia a partir de suas consequências no ser humano e seus relacionamentos", conta, "já que a humanidade estava sendo modificada pelo avanço e presença cada vez mais constante da tecnologia no dia-a-dia das pessoas".
Outro proprietário, Rodrigo Martins de Souza, também tem formação diferenciada. É arquiteto e design gráfico, enquanto Nicholas Bender Haydu é um especialista em tecnologia com mestrado em Inteligência Artificial. "A tecnologia é a ferramenta e não o fim em si", analisa Alves, que destaca o perfil multidisciplinar de todos os profissionais da empresa.
O paradigma, modéstia à parte, é o homem completo de Leonardo da Vinci, cada vez mais requisitado num mundo em constante mudança, que pode exigir atuação em novas áreas a qualquer momento. "Temos de estar preparados e ter o pensamento aberto", comenta Alves, que revela preferência pela contratação de profissionais que possuam habilidades técnicas e artísticas na área da tecnologia.
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