terça-feira, 7 de junho de 2011

MP vê indícios da participação de Barbosa em esquema de desvio de recursos

Promotor Cláudio Esteves afirmou que prefeito Barbosa Neto e a primeira-dama, Ana Laura Lino, teriam recebido R$ 20 mil do instituto Atlântico, suspeito de desviar recursos públicos da área da saúde

O prefeito Barbosa Neto (PDT) e a mulher dele, Ana Laura Lino, estariam envolvidos no esquema de desvio de dinheiro da área da saúde investigado pela Operação Antissepsia. A confirmação foi feita pelo coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco)de Londrina, promotor Cláudio Esteves, durante entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira (6).

De acordo com o promotor, o prefeito e da primeira-dama estariam envolvidos nas irregularidades apontadas contra o instituto Atlântico. Entre os indícios, conforme Esteves, que apontam a participação de Barbosa está a ação do publicitário Ruy Nogueira contra o Atlântico (que seria fruto de um acordo) e a entrega de R$ 20 mil por Bruno Valverde, diretor do Atlântico, a um secretário importante da gestão municipal, que seria Fábio Góes (Planejamento). O destino do dinheiro seria a primeira-dama e o prefeito.

O promotor afirmou que os fatos que envolveriam o prefeito teriam ocorrido entre novembro e dezembro do ano passado, antes da assinatura do contrato com as Oscips. Como Barbosa tem foro privilegiado, o inquérito da Operação Antissepsia envolvendo as denúncias contra o instituto Atlântico foi encaminhado para o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ).

Pelo entendimento do Gaeco, a decisão de não contratar a Santa Casa e a HUTec, que era a vontade de alguns secretários, casos do ex-secretário de Saúde Agajan Der Bedrossian e de Governo, Marco Cito, foi de alguém acima deles. Como a primeira-dama não tem cargo na administração municipal, essa decisão teria passado pelo prefeito Barbosa Neto. Foi da negativa de contratar Santa Casa e HUTec que apareceram Gálatas e Atlântico no processo de contratação das Oscips.

O advogado de Bruno Valverde, Vinícius Borba, confirmou ao JL que o cliente entregou R$ 20 mil para Góes. O dinheiro foi pedido em uma reunião, na qual participou a primeira-dama Ana Laura. Borba contou que o montante, a princípio, seria referente a um empréstimo, pelo qual Valverde recebeu como garantia um cheque de R$ 40 mil. Como o cheque não apresentava fundos, no momento do saque, Borba afirmou que o cliente dele procurou então a primeira-dama. “Neste encontro, ela teria dito que os R$ 20 mil ficariam como comissão pela assinatura do contrato”, disse.

Ao contrário de outros momentos, como da prisão do ex-procurador e do depoimento do ex-conselheiro Marcos Ratto, que denunciou a participação da primeira-dama no esquema; o prefeito Barbosa Neto desta vez preferiu o silêncio. O Núcleo de Comunicação informou que Barbosa não irá se manifestar. O secretário de Planejamento, Fábio Góes, está em férias e não atendeu ao celular.

A reportagem ligou para o celular da primeira-dama, a ligação foi atendida por uma mulher, que disse não ser Ana Laura Lino. Ela disse que a mulher do prefeito não poderia atender ao telefonema e pediu para ligar depois. Ao retornar a ligação, o aparelho estava desligado.

15 denunciados

Durante a entrevista coletiva, o MP comunicou a denúncia criminal de 15 pessoas, todas ligadas ao instituto Gálatas: Sílvio Luz, Gláucia Chiararia, diretores; o ex-procurador Geral do MunicípioFidelis Canguçu, Bruno Valverde, Joel Tadeu, Marcos Ratto, Juan Monastério, Flavio Martins, Antonio Carlos Martins, Alessandro Martins, Gilberto Alves, Marcos Aurélio de Araujo, Alexandre Assunção, Gustavo Politi e Claudecir Lambert.

Segundo o Gaeco, durante as investigações o desvio de recursos foi de pelo menos R$ 318 mil. Como o promotor afirmou que há outros fatos a serem investigados o valor pode aumentar. Com relação ao pagamento de propinas, o Gaeco conseguiu identificar o pagamento de R$ 69,5 mil: seriam R$ 50 mil para Fidélis Canguçu, R$ 15 mil para o conselheiro de saúde Joel Tadeu e R$ 4.500 para o conselheiro de saúde Marcos Ratto. (GP)

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