quarta-feira, 13 de abril de 2011

O atirador responsável pelo massacre de Realengo além de ter problemas mentais consumia bebida alcoólica e fumava


Autor do massacre que matou 12 alunos da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro, Wellington Menezes de Oliveira consumia bebidas alcoólicas e fumava cigarros em excesso desde 2009, após a morte da mãe adotiva, de acordo com o depoimento de familiares à Delegacia de Homicídios (DH). A revelação contradiz ainda mais a hipótese de uma ligação entre ele e um grupo religioso ou extremista.

Os depoimentos à polícia mostram que a suposta ligação foi revelada pelo próprio atirador aos parentes e ao seu barbeiro, mas nunca foi comprovada. Ele disse à irmã, ao primo e a um sobrinho que havia se tornado "adepto de Bin Laden", depois que deixou a barba crescer até a altura do peito, a partir de outubro do ano passado.

Todos os familiares dizem que os problemas com a bebida e as ideias confusas sobre suicídios e assassinatos em massa ficaram mais intensas após a morte da mãe de criação de Wellington, Dicéa Menezes de Oliveira. Ele ficou isolado dos parentes, abandonou o emprego no almoxarifado de um abatedouro de frangos e foi morar sozinho em Sepetiba, na zona oeste. Em 2010, ele iniciou uma transformação visual com o crescimento da barba e "começou a se intitular fundamentalista", depois de ficar obcecado pelas imagens do atentado contra as Torres Gêmeas, em Nova York, ocorrido em setembro de 2001.

Criado por pais seguidores da seita Testemunhas de Jeová, a partir de 2010 Wellington passou a dizer que frequentava uma mesquita no centro do Rio e na Barra da Tijuca. No entanto, não existe templo muçulmano na Barra da Tijuca e o situado no centro da cidade está fechado há três anos. A única mesquita da cidade funciona na Tijuca, na zona norte.

Um funcionário do matadouro, onde Wellington trabalhou, também revelou que ele era alvo de gozações na empresa, assim como os parentes confirmaram à DH que Wellington também era perseguido na escola.

Todos os depoimentos apontam que o criminoso tinha algum problema mental. "Wellington parecia ter distúrbios mentais, pois se sentava na cadeira e ficava olhando para o espelho fixamente, olhando repentinamente para os lados", contou o cabeleireiro Maxwell Almeida, de 30 anos, que cortava o cabelo do atirador há sete anos. O primo L., de 24 anos, chegou a criticar a família ao afirmar que o rapaz era "muito louco e muito estranho", mas nenhum parente "admitia as debilidades de Wellington".

Quebra do sigilo eletrônico

A juíza Alessandra de Araújo Bilac de Moreira Pinto, da 42.ª Vara Criminal do Rio, autorizou nesta terça-feira, a quebra do sigilo eletrônico de Wellington Menezes de Oliveira. O pedido partiu da DRCI - Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática, e pretende esclarecer se houve participação direta ou indireta de outras pessoas no fato, "levando em conta que há indícios de que o atirador participava de organização religiosa capaz de cometer atos semelhantes ao ocorrido na Escola Municipal Tasso da Silveira." (AE)

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