quarta-feira, 30 de março de 2011

Grupo de deputados defende punição contra Bolsonaro

Um grupo de 19 deputados federais iniciou nesta terça-feira(29) um movimento defendendo punição a Jair Bolsonaro (PP-RJ) devido a uma entrevista do parlamentar ao programa CQC da TV Bandeirantes que foi ao ontem. Respondendo a uma pergunta da cantora e apresentadora Preta Gil sobre o que faria se seu filho casasse com uma negra o deputado afirmou que não iria discutir "promiscuidade".

No mesmo programa, o deputado ainda afirmou que torturaria seu filho se o encontrasse fumando maconha e que não pensa que seu filho possa ser homossexual porque ele teve "boa educação".

A primeira ação do grupo já foi tomada na noite de hoje com um pedido para que a Corregedoria analise a conduta do parlamentar. O protocolo foi feito junto à Presidência da Câmara, que encaminhará a solicitação ao corregedor, Eduardo da Fonte, do mesmo partido de Bolsonaro.

Fazem parte deste movimento deputados de PSOL, PT, PDT, PC do B e PSB. Eles pedirão aos presidentes de seus partidos que assinem em conjunto uma representação para que o deputado seja processado também no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. Os deputados também deverão protocolar junto ao Ministério Público uma representação pedindo que o deputado seja investigado pelo crime de racismo. Serão encaminhadas ainda ações junto aos ministérios dos Direitos Humanos e Igualdade Racial.

O grupo quer ainda que o PP retire Bolsonaro da Comissão de Direitos Humanos da Câmara. Presidente do colegiado, a deputada Manuela D'Avilla (PC do B-RS) está à frente das ações. Ela afirmou que as palavras do parlamentar "estimulam a violência e a intolerância". Homossexual assumido, o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) era um dos mais incomodados. "Eu fiquei chocado, o Bolsonaro sempre foi homofóbico e disse coisas violentas sobre homossexuais, mas dessa vez ele mexeu também com racismo e nos deu uma oportunidade de puni-lo porque racismo é crime".

Pressionado, Bolsonaro recuou nas declarações relativas aos negros. Ele afirmou que não entendeu a pergunta feita por Preta Gil. "Foi um mal entendido, eu errei. Como veio uma sucessão de perguntas eu não ouvi que era aquela pergunta, foi um equívoco. Eu entendi que a pergunta era se meu filho tivesse um relacionamento com gay, por isso respondi daquela forma. Na verdade, quando eu vi a cara da Preta Gil eu respondi sem prestar atenção".

O que ele falou, mas não manteve:

O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) afirmou que não discutiria "promiscuidade" ao ser questionado pela cantora Preta Gil, no programa CQC, da TV Bandeirantes, sobre como reagiria caso o filho namorasse uma mulher negra.

A pergunta, previamente gravada, foi feita ao deputado na noite desta segunda-feira (28), no quadro do programa intitulado "O povo quer saber": "Se seu filho se apaixonasse por uma negra, o que você faria?"

Bolsonaro respondeu: “Preta, não vou discutir promiscuidade com quer que seja. Eu não corro esse risco, e meus filhos foram muito bem educados e não viveram em um ambiente como, lamentavelmente, é o teu.”

Após a exibição do programa, Preta Gil postou no Twitter que processaria o deputado. "Advogado acionado, sou uma mulher Negra, forte e irei até o fim contra esse Deputado, Racista, Homofobico, nojento".

Procurado pela reportagem do G1, Bolsonaro disse por telefone nesta terça-feira (29) que não quis ofender a cantora Preta Gil, filha do ex-ministro e compositor Gilberto Gil. O deputado afirmou que não compreendeu a pergunta feita por ela e por isso respondeu daquela maneira. (AE)

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