segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Com o Michelle Caputo e sua equipe teremos de volta enquanto prioridade máxima da SESA o sanitarismo no Paraná

Na segunda feira da semana passada fui prestigiar a posse de alguns amigos secretários e tive gratas surpresas ao ver o engajamento dos servidores em relação às novas gestões, o que além do respeito e alta expectativa em relação aos novos dirigentes também demonstra o grau de rejeição destes servidores com os que saíram e quanto estava desgastada a relação dos mesmos com o antigo governo.

Na Secretaria de Saúde, que foi uma das melhores posses, a alegria dos servidores era evidente e em um espaço que comportaria no máximo 300 pessoas estava presente um público de mais de mil, todos ansiosos para ouvir a fala do atual secretário Miquelle Caputo, Que além de ser, tal qual a maioria do público presente, um sanitarista é também prata da Casa.

Era tanta gente amontoada naquele corredor do primeiro andar que para quem estava no meio da multidão, o que foi o meu caso, a tarefa biológica de respirar ficou quase que impossível e sair dali mais impossível ainda, já que havia uma média de 4 pessoas por metro quadrado. Depois da posse, as duras penas, consegui cumprimentar o amigo Michelle, pois a fila para os cumprimentos o secretário e amigo de todos os presentes era infindável.

Na quinta feira, perto das 19h00 passando por perto da Secretária da Saúde resolvi dar uma passada para ter um dedo de prosa com o Caputo e lá chegando vi o secretário vestindo uma camiseta conversando com os trabalhadores que estavam montando a sala que será usada para centralizar o controle das endemias e entre elas a dengue, que do ponto de vista da saúde pública hoje leva o “status” de epidemia, pois o descaso do governo passado fez com que somente os casos identificados da doença em 2010, fora os que não foram detectados, atingissem o absurdo número 33.056 pacientes, sendo que entre estes 15 pessoas morreram por conta das complicações. No governo passado a sala que abrigava os responsáveis pelo controle de endemias era isolada em um canto da Secretaria e hoje a diferença é que ela, bem equipada, se localiza junto ao gabinete do secretário. Hoje, 56 municípios do Paraná estão em situação de alerta, sendo Foz do Iguaçu, Londrina, Maringá, Jacarezinho e Sarandi os que mais preocupam. Miquelle afirmou:

“Não queremos mais repetir os dados de 2010. As 15 mortes por dengue registradas no último ano poderiam ter sido evitadas. O que temos sentido é que faltou planejamento e gestão em todas as áreas”

A diferença de postura entre os velhos e o novo secretário é que este é um sanitarista ideologicamente comprometido com a Saúde Pública, pois os que antes o sucederam no governo do PMDB tinham como origem a iniciativa privada, a medicina das especialidades que visa o lucro e não o que é geral. A escola do Miquelle é a da CEBES, a dos pioneiros na discussão como na implementação do sanitarismo no Brasil, cujos grandes quadros tiveram origem na formação sobre Saúde Pública ocorrida no interior do Partidão. Graças a estes quadros militantes é que hoje temos estruturado o SUS, que apesar de necessitar avançar ainda mais é para o resto do mundo um exemplo de sistema de Saúde Pública, sendo atualmente copiado até pelos EUA, a maior potência do mundo.

Enquanto esperava para conversar com o Miquelle proseei um pouco com um antigo funcionário e este me disse que o secretário estava trabalhando das 8h00 até as 22h00 e que este até estava almoçando (lanches) na própria Secretaria.

Generoso o Michelle, mesmo atarefado do jeito que estava, foi educado e me recebeu em sua sala por cerca de 30 minutos, mas não que o tempo fosse exclusivo para mim, o que entendi muito bem, pois no meio da nossa conversa ele recebeu a devolução de um telefonema que havia dado para o secretário da Saúde da Bahia e o assunto a ser tratado era o envio emergencial de um empréstimo de remédios para o tratamento da dengue, pois os ex-dirigentes, mais preocupados na construção dos hospitais inacabados haviam deixado a Secretaria sem estoque. Ainda hoje não existe a vacina contra a doença a disposição da população, já que em fase de teste ela só será distribuída em massa pelo governo federal somente a daqui a quatro anos.

Na posse do Michelle, em seu discurso de despedida, o Moreira, além dos auto-elogio, em vez de falar em controle de endemias, em atenção primária a saúde, em programa de gestantes, em programas de saúde para idosos, etc. priorizou falar do que mais gosta, do que mais entende, dos 832 transplantes de córnea realizados em sua gestão. Já o discurso do Michelle apontou o quanto será árdua a tarefa de reconstruir as práticas sanitaristas na Secretaria, hoje, além de endividada (50.000.000,00), sem estoque de medicamentos, etc., do ponto de vista de suas tarefas sanitaristas primordiais totalmente fora de rumo.

A chefe de gabinete do Miquelle Caputo é a Dra.Maria Goretti, que também exerce o cargo de presidenta da Associação Brasileira de Enfermagem. Ela, tal qual o Michelle, é outro grande quadro entre os sanitaristas no Brasil.

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