segunda-feira, 9 de julho de 2012

Nas capitais a base de Dilma racha nas eleições de 2012 de olho na sucessão de 2014


Nove das dez maiores capitais brasileiras têm confrontos eleitorais entre candidatos de partidos com assentos no ministério da presidente Dilma Rousseff. O racha nas disputas municipais de 2012 começa a projetar um novo cenário para a sucessão presidencial. Principais aliados dos petistas na coligação de 2010, PMDB e PSB já estão de olho no Palácio do Planalto e enfrentam chapas com a participação do PT em sete dessas cidades.
Legenda do vice-presidente Michel Temer e no comando de cinco pastas do governo federal (Agricultura, Minas e Energia, Previdência Social, Turismo e Secretaria de Assuntos Estratégicos), o PMDB está em coligações diferentes do partido de Dilma em São Paulo, Salvador, Belém, Curitiba, Fortaleza, Recife e Porto Alegre. Nos três primeiros municípios da lista a disputa é direta entre cabeças de chapa dos dois partidos. É o caso da capital paulista, onde o peemedebista Gabriel Chalita enfrenta o petista Fernando Haddad.
Já o PSB, que tem o controle dos ministérios dos Portos e da Integração Na­cional, está em campos o­postos ao do PT em Belo Horizonte, Fortaleza, Recife, Belém, Manaus, Curitiba e Porto Alegre. Os confrontos diretos ocorrem nas capitais mineira, cearense e pernambucana. Nos três casos, a disputa envolve decisões nacionais.
“Um partido que cresce nas eleições municipais naturalmente ganha cacife para os próximos pleitos estaduais e federal. É uma cartilha que o próprio PT e o PSDB já seguiram”, diz o cientista político Paulo Kramer, da Universidade de Brasília. Para ele, as rusgas de campanha geram novas possibilidades para 2014 e até para 2018.
Liderança emergente
Entre a base aliada, a avaliação é de que o aumento do peso eleitoral do PSB pode levar o partido a desbancar o PMDB da vice-presidência em um possível arranjo para a reeleição de Dilma. Há outras duas hipóteses: uma aproximação mais clara dos socialistas com o PSDB ou o lançamento da candidatura ao Planalto do presidente da legenda e governador de Pernambuco, Eduardo Campos.
Principal liderança política do Nordeste, onde o PSB administra quatro estados, Campos tem diálogo com petistas e tucanos. “No Nordeste se costuma dizer que os petistas não fazem alianças, apenas aceitam adesões. O PSB de Campos faz uma ponte entre aqueles que se identificam com a esquerda, mas não com a hegemonia do PT”, afirma o cientista político Joviniano Neto, da Universidade Fe­deral da Bahia.
Entre as dez maiores capitais, o maior símbolo de uma possível ruptura entre PSB e PT é Belo Horizonte. Desde 2008 o prefeito Már­cio Lacerda (PSB) é sustentado por uma coligação que incluía petistas e tucanos. A parceria acabou na semana que passou graças a uma manobra para tirar o PT da chapa de situação para a Câmara de Vereadores.
“Essa manobra transformou uma das eleições mais mornas do Brasil em uma disputa de tudo ou nada, com reflexos nacionais”, explica o cientista político Fábio Wanderley Reis, da Universidade Federal de Minas Gerais. Por intervenção direta de Dilma, o PT decidiu lançar de última hora o ex-prefeito e ex-ministro Patrus Ananias para enfrentar Lacerda, que tem como cabo eleitoral o senador e presidenciável tucano Aécio Neves.
O cenário é parecido ao de Curitiba, onde o PSDB do governador Beto Richa está com o PSB de Luciano Ducci, que disputa a reeleição contra Gustavo Fruet, recém-filiado ao PDT e coligado ao PT. “Interessa ao Aécio produzir o maior número possível de marolas na relação entre PSB e PT para se cacifar em 2014. Mesmo que o PSB decida tomar um outro rumo”, resume Reis.
No Rio, Paes é exceção com chapão de 20 partidos
A única exceção na série de nove confrontos entre partidos da base aliada nas dez maiores capitais do país ocorre no Rio de Janeiro. O atual prefeito, Eduardo Paes (PMDB), conseguiu formar uma coligação com 20 partidos e aglutinou apoio das sete legendas com participação no ministério de Dilma. O arranjo garantirá ao peemedebista 16 minutos e 24 segundos diários no horário eleitoral gratuito de televisão, contra 3 minutos e 28 segundos do principal adversário, o deputado federal Rodrigo Maia (DEM), que só coligou-se com o PR.
Entre as dez cidades do levantamento, a segunda maior coligação é a de Márcio Lacerda (PSB), com 19 partidos. Em terceiro fica a de Geraldo Júlio (PSB), no Recife, que tem o apoio de 16 partidos. Na sequência aparecem as chapas do prefeito Luciano Ducci (PSB), em Curitiba, e de Nelson Pelegrino (PT), em Salvador. Ambas têm 15 legendas. (GP)

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