Goiás é hoje o centro nervoso do País.
Talvez do universo.
Se era difícil imaginar um escândalo capaz de rivalizar com
o do bicheiro Carlos Cachoeira, ele está aí. É o do “Juquinha”, não aquele
simpático rosto da bala famosa, mas o do ex-presidente da Valec, a estatal que
cuida dos projetos ferroviários no País.
Juquinha, apelido de José Francisco das Neves, cuidava de
projetos bilionários, como a ferrovia Norte-Sul. Não tivesse sido atingido pela
“faxina” de Dilma Rousseff, ele estaria hoje à frente do trem-bala, a ligação
férrea entre Rio de Janeiro e São Paulo, orçada em mais de R$ 35 bilhões.
Pois o caso Juquinha é maior do que o caso Cachoeira. De
acordo com a Polícia Federal, nos oito anos em que pilotou a Valec, entendendo
de trens tanto quanto eu ou você, ele fez um pé de meia para sua família
estimado em R$ 60 milhões.
Indicado pelo PR de Valdemar Costa Neto e apadrinhado pelo
PMDB de José Sarney – por sinal, o inventor da Norte-Sul –, Juquinha estava na
Valec para fazer o que quase todos os políticos esperam que seus apaniguados
façam no setor público: arrecadar. E se Juquinha foi capaz de fazer R$ 60
milhões para consumo próprio, o que não terá feito para os seus padrinhos?
O erro do homem forte das ferrovias foi não ter assistido o
filme “O Assalto do Trem Pagador”, clássico do cinema nacional, que inspirou o
nome da operação da Polícia Federal que o prendeu. Lá, os bandidos vão em cana
porque não respeitam a decisão de gastar só depois que o roubo fosse esquecido.
Juquinha, ao contrário, não se preocupou em esconder os
sinais exteriores de riqueza. Em vez de construir uma mansão apenas em
Alphaville, o mesmo condomínio de luxo onde Cachoeira foi preso, ele fez três!!!!
Três!!!
Não precisava, né, Juquinha?
O que precisa, agora, é o Brasil tomar jeito e parar de
indicar Juquinhas para ocupar funções relevantes. Coisa que a presidente Dilma
tem tentado fazer, enfrentando enormes dificuldades políticas, mas, por outro
lado, colhendo popularidade.
A era dos Juquinhas – e também dos Cachoeiras – tem que
acabar. (247)
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