quinta-feira, 22 de março de 2012

GREVE GERAL: Manifestantes entram em confronto com a polícia em Portugal

A polícia portuguesa agredindo a imprensa

A polícia portuguesa entrou em confronto no centro de Lisboa com os participantes de uma das mais de 30 manifestações convocadas nesta quinta-feira pela greve geral de Portugal.

Também no Porto, no norte do país, foram registrados incidentes e detenções em outro protesto, que levou dezenas de manifestantes a vaiar o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho durante um ato público.

Em Lisboa, forças de segurança e manifestantes se enfrentaram de maneira violenta na praça do Chiado, perto de um popular café cujas cadeiras e toldos voaram no meio dos golpes e da correria.

Várias pessoas ficaram feridas, entre elas um policial, um jornalista e um fotógrafo da agência estatal Lusa que logo depois receberam atendimento médico.

PROTESTOS

A manifestação em Lisboa reuniu um grupo heterogêneo e transcorreu de forma paralela à organizada pelos sindicatos, que registrou também alguns incidentes de menor importância.

Ao término do protesto, os manifestantes se reuniram nas portas da Assembleia Legislativa, onde anteriormente ocorreram alguns incidentes entre a polícia e os participantes da concentração organizada pelos sindicatos.

Um dos manifestantes, João Pestana, técnico de comunicações aeronáuticas de 55 anos, declarou que foi ao protesto para expressar sua oposição às políticas de austeridade do governo conservador luso e ao sistema capitalista que "está destruindo" seu país e a Europa.

No Porto, segunda maior cidade do país, os protestos foram mais tranquilos, mas ganharam força com a presença na cidade de Passos Coelho, rodeado por uma escolta de seguranças para evitar incidentes.

A greve, convocada pela Confederação Geral de Trabalhadores de Portugal (CGTP) sem o apoio da segunda central mais importante, a socialista União Geral de Trabalhadores (UGT), teve uma repercussão limitada e menor que a de quatro meses atrás, segundo diversas fontes e meios de comunicação. (Efe)



Greve geral e protestos contra ajuste em Portugal

LISBOA — Portugal vivia nesta quinta-feira uma greve geral e manifestações convocadas pelo principal sindicato, que esperava uma forte mobilização contra as medidas de austeridade do Governo, denunciadas como agravantes da recessão e do desemprego.

Em Lisboa, o metrô estava parado e a atividade nos principais portos do país perturbada à espera das manifestações convocadas na capital e em outras cidades para a tarde desta quinta-feira.

Palavras como "Manifestação", "Greve geral", "Basta!" eram lidas nos cartazes presos em Lisboa nos últimos dias por militantes da CGTP, a principal central sindical portuguesa, que convocou esta greve sozinha.

No entanto, os transportes aéreos não foram afetados pela greve, embora escolas, hospitais, tribunais, administrações, correios, bibliotecas, museus e coleta de lixo funcionassem parcialmente.

"O metrô está fechado pela greve. Perdoem o incômodo", dizia um cartaz preso em um portão de acesso ao metrô de Lisboa.

"Nosso balanço até agora é positivo. Há uma forte adesão no setor dos transportes públicos, nas empresas de coleta de lixo e uma forte participação no setor de saúde", disse Armenio Carlos, líder da CGTP, que conta com cerca de 600 mil afiliados.

No fim da manhã, a capital, onde os trens e ônibus proporcionavam serviços mínimos, parecia pouco perturbada, já que a maioria dos comércios, cafés, supermercados, bancos e farmácias abriu.

"A greve não serve para nada e prejudica o país", disse Pedro, um garçom de 30 anos que disse que o número de clientes não diminuiu.

A CGTP se lançou sozinha nesta batalha, sem o apoio da outra grande central sindical, a UGT, que a havia apoiado nas duas greves gerais anteriores, de novembro de 2010 e novembro de 2011.

Os dois sindicatos estão divididos quanto à reforma trabalhista promovida pelo governo, aceita pela UGT, mas que a CGTP rejeitou, ao classificá-la de "regresso ao feudalismo" e que prevê uma flexibilização da jornada de trabalho, facilitação das demissões, supressão de feriados e redução de dias de férias.

Depois de Grécia e Irlanda, Portugal é o terceiro país da Eurozona que precisou de assistência financeira para evitar a quebra. Em maio do ano passado, a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI) concederam um pacote de créditos de 78 bilhões de euros em troca de reformas draconianas para reduzir a dívida do Estado.

Muitos analistas duvidam que a CGTP possa vencer esta batalha. "Estatisticamente, a adesão às greves em tempo de crise é reduzida, já que as pessoas sabem que não servirão para nada", disse o cientista político Antonio Costa Pinto, que lembrou que os protestos não tiveram nunca em Portugal o mesmo seguimento que em outros países, em particular a Grécia.

As medidas de austeridade do governo provocaram uma desaceleração da economia portuguesa, que, segundo previsões oficiais, se contrairá mais de 3%, enquanto o desemprego subirá a 14,5%.

Estas previsões alimentaram os temores de que Portugal possa necessitar de um segundo pacote de ajuda, já que não está claro se o país poderá regressar ao mercado da dívida privado em setembro de 2013. (AFP)

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