quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

França prende dono de empresa de próteses de silicone PIP

Jean-Claude Mas, dono da empresa Poly Implant Prothese (PIP), de próteses de silicone, foi preso na quinta-feira (26) e pode ser acusado de homicídio culposo, afirmou uma fonte da polícia francesa à Reuters. A PIP despertou um escândalo de saúde internacional por usar silicone com qualidade baixo dos padrões.

Ele foi preso em torno das 7h (4h no horário de Brasília) em sua casa no sul da França e a polícia vasculhou o local. Ele será detido por 48 horas enquanto autoridades decidem se irão acusá-lo de homicídio culposo involuntário e por causar lesões.

Outro executivo da PIP, o ex-chefe do setor financeiro, Claude Couty, também foi preso devido a uma investigação aberta na cidade portuária do sul, Marselha, próxima ao antigo local da PIP, em 8 de dezembro.

O inquérito foi instaurado após a morte por câncer em 2010 de uma mulher com implantes da PIP, apesar de que as autoridades de saúde na França terem ressaltado que não há vínculos comprovados do câncer com os implantes da PIP. Jean-Claude Mas, que vendeu em torno de 300.000 implantes por todo o mundo, admitiu que ele usou silicone não autorizado mas negou que isto constitui um risco para a saúde.

Aproximadamente 2.700 mulheres na França entraram com processos e reclamações contra Mas e governos em diversos outros países, como a Inglaterra e o Brasil, pediram às mulheres para consultarem seus médicos.

De acordo com dados oficiais das autoridades francesas, a PIP produzia cerca de 100 mil implantes por ano, dos quais 84% eram exportados principalmente para a América Latina, a Espanha e o Reino Unido. A estimativa é que cerca de 400 a 500 mil mulheres colocaram implantes PIP no mundo.

Na França, pelo menos 20 casos de câncer foram detectados em mulheres com implantes, sendo que 16 eram de tumor na mama. Porém, os especialistas dizem que ainda não se pode fazer uma relação de causa e efeito. O governo francês recomendou a 30 mil mulheres no país que retirem os implantes. Na Alemanha e Holanda, houve a mesma orientação.

No Brasil, a estimativa é que 19,5 mil mulheres tenham próteses nos seios com silicone industrial das marcas Rofil e PIP. Porém, não há informações precisas sobre quantas apresentaram problemas. A recomendação das autoridades é que as mulheres procurem os médicos para serem submetidas a uma avaliação. (Reuters e Lusa)


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