quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Acordo deve encerrar greve dos Correios

Proposta será votada em 35 assembleias e sindicatos regionais; entrega de 136 milhões de volumes está atrasada por causa dos 21 dias de paralisação


A greve dos Correios deve acabar hoje, depois de 21 dias de paralisação em todo o País. A estatal e os grevistas fecharam ontem um acordo, que será votado hoje em 35 assembleias de sindicatos regionais.

Depois de quase quatro horas de negociação, mediada pela ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Maria Cristina Peduzzi, o comando da greve aceitou a proposta dos Correios de concessão de reajuste de 6,87% a partir de 1.º de agosto e aumento linear de R$ 80 a partir de 1.º de outubro. Uma vez aprovada nas assembleias, os trabalhadores voltam ao trabalho.

Na prática, o impacto total na base salarial da categoria será de 16,78% a partir de outubro, o que representa um aumento real de 9,9%.

Em relação ao desconto dos dias parados - o ponto mais crítico das negociações -, os Correios fizeram a concessão de não descontar 15 dos 21 dias de duração da greve. A estatal aceitou a proposta da ministra de que os valores descontados sejam devolvidos rapidamente, em folha suplementar, no prazo de até cinco dias úteis após o retorno ao trabalho.

Por outro lado, os Correios não abriram mão dos seis dias já descontados na folha de pagamento de setembro. O valor será efetivamente cobrado em 12 parcelas, mas somente a partir de janeiro.

Como esse parcelamento - que representa o desconto de meio dia de trabalho por mês durante os 12 meses de 2012 - incide sobre o salário com os reajustes estabelecidos e afeta a data-base da categoria do ano que vem, que é em agosto, vai ficar a critério de cada trabalhador manter o desconto já realizado ou aderir ao parcelamento.

A Agência Estado apurou que o desconto dos dias parados, o que nunca havia sido feito antes pela estatal, além de ser uma orientação do governo da presidente Dilma Rousseff, era um pleito dos funcionários da empresa que não aderiram ao movimento (80%). A compensação dos dias que não foram descontados ocorrerá nos fins de semana, mediante necessidade da empresa, até maio de 2012.

Atrasos. Os atrasos de correspondências já somam 136 milhões de volumes. São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia são os Estados onde os Correios terão mais dificuldade para normalizar o fluxo de correspondências, segundo Larry de Almeida, vice-presidente de gestão de Recursos Humanos dos Correios. Nos demais Estados, a situação deve ser normalizada na próxima semana.

José Rivaldo da Silva, secretário-geral da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect), reconheceu que a proposta traz ganhos para a categoria acima de outras categorias que negociaram aumentos salariais este ano.

"Nenhuma categoria este ano teve mais de 5% de ganho real; e a nossa terá mais", afirmou.

A ministra Maria Cristina Peduzzi também comemorou. "Uma conciliação é sempre melhor que levar adiante o litígio", observou. Na segunda-feira, será realizada outra audiência para finalizar, definitivamente, a questão. Caso a categoria recuse a proposta, as negociações voltam à estaca zero, ou seja, as propostas acordadas ontem perdem a eficácia. (AE)

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