sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Engenheiro cearense cria carro que usa quatro combustíveis

O cearense conhece a arte de transformar vento em energia – o estado tem o maior parque eólico do Brasil, com 105 megawatts instalados. Sol, ali, também não falta. Na terra de Expedito Parente, inventor do biodiesel, que morreu nesta semana , o povo sabe ainda a importância de pesquisar combustíveis limpos . Não é surpresa que tenha sido criado lá o "primeiro carro quadriflex do mundo", segundo Fernando Ximenes, 46 anos, inventor da tecnologia. O engenheiro apresenta o veículo na EcoEnergy, uma feira de energia verde que acontece até sábado, em São Paulo.


O modelo funciona com etanol, gasolina, energia solar e eólica (gerada pelo vento). Não é um motor híbrido. Na verdade, o motor é comum, impulsionado somente por etanol e gasolina. As fontes "alternativas" servem para dar uma ajuda a ele – algo que, no fim das contas, reduz o consumo de combustível. O painel solar no teto e as hélices de captação de vento livram o motor de produzir energia para alimentar o ar-condicionado, recarregar a bateria e outras funções. "Testei o carro por 13 mil quilômetros e vi que a economia de combustível pode chegar a 40%", explica Ximenes.

As "turbinas" de vento – provavelmente a inovação mais legal do carro – começam a funcionar quando o "quadriflex" atinge 40km/h. São duas hélices, umas de cada lado do para-choque. Isso porque, se uma delas for danificada num acidente, o outra continuaria dando conta de produzir energia. A empresa de Ximenes, chamada Gram-Eollic, trabalha no ramo da energia eólica desde 1989, com foco na montagem de casas auto-suficientes – ou "produtor independente de energia", como diz o empresário.

O logotipo (abaixo) é outro ponto curioso do veículo – cujo protótipo exibido na feira foi montado sobre a carroceria de um Uno, embora a Fiat não faça parte do projeto. O símbolo, colado na frente do carro, é o mesmo usado há anos pela Gram-Eollic. Mas, quando colocado num para-choque, fica muito parecido com o da Mercedes-Benz. Pior: parece que algo pontudo cutucou o símbolo alemão e fez com que ele tombasse de lado. "Eles não viram, ainda... Mas é capaz da Mercedes gostar", acredita Ximenes.

O engenheiro calcula ter gasto mais de R$ 100 mil na pesquisa para desenvolver o carro, feitas ao longo dos últimos dez anos. A patente, Ximenes afirma ter registrado há seis anos. O carro, em si, foi construído nos últimos oito meses. (iG)

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