quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Ato em São Paulo pede reconhecimento do Estado palestino na ONU

Centenas de pessoas foram às ruas do centro da cidade de São Paulo na tarde desta terça-feira (20/09) para exigir o reconhecimento da Palestina como Estado Pleno pela ONU (Organização das Nações Unidas). O pedido palestino, que deverá ser feito na próxima sexta-feira (23/09) na 66ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, já sofreu oposição dos Estados Unidos, que prometem vetar a tentativa no Conselho de Segurança.

A manifestação foi organizada pelo Comitê em defesa do Estado da Palestina, grupo composto por mais de 50 instituições entre centrais sindicais, entidades árabe-brasileiras, islâmicas e movimentos sociais. Por volta das 17 horas, os manifestantes se reuniram na Praça Ramos de Azevedo, região central de São Paulo, na frente do Teatro Municipal da cidade.

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Líderes dos partidos, centrais sindicais e outras entidades falaram sobre a atual situação da Palestina e, em seus discursos, pediram para que a ONU perceba a importância da decisão. Quem passava pelo local era convidado a juntar-se às dezenas de bandeiras que, juntamente à da Palestina, tremulavam nas escadas do Teatro.

“É uma reivindicação justa do povo palestino. Nós sempre tivemos solidariedade com esta causa e por isso estamos aqui”, afirmou João Otávio Felício, secretário de Relações Internacionais da CUT (Central Única dos Trabalhadores), ao Opera Mundi.


“A não constituição de um Estado seria uma derrota não apenas para os palestinos, mas também para aqueles que defendem a paz. Estive na região no último mês de maio e fiquei chocado ao observar a forma com que Israel trata o povo palestino. Há barreiras permanentes, muros que isolam a população. Nossa esperança é que isso acabe, pois eles têm o direito de ter sua própria nação”, completou.

O clima entre as entidades presentes era de que os Estados Unidos, de fato, vetariam o pedido palestino no Conselho de Segurança. No entanto, em caso de veto, a OLP (Organização para a Libertação da Palestina) ainda poderá sugerir que a Palestina se torne um membro parcial e deixe de ser observador. Para a UBM (União Brasileira de Mulheres), o plano considerado B dos palestinos já seria uma grande vitória para os moradores da região.

“Esta já seria uma grande vitória, até mesmo sobre os Estados Unidos. O Estado da Palestina vive um momento histórico, de superação”, avaliou Simoni Mascarenhas da Silva, coordenadora de organização nacional da UBM.

Caminhada

Desde o início do protesto, os manifestantes estenderam faixas que clamavam pelo “Estado da Palestina já!”. Além disso, uma grande bandeira palestina foi aberta sobre o chão em frente às escadarias, chamando a atenção de quem passava pelo local.

Os manifestantes pediram o fim da ocupação dos territórios palestinos, a erradicação dos assentamentos e o retorno de refugiados e presos políticos. Após cerca de uma hora de discursos, todos partiram em uma caminhada em direção à Câmara Municipal da cidade. Segundo a CET (Central de Engenharia de Tráfego), havia cerca de 600 pessoas na manifestação. Os organizadores afirmaram que o número havia chegado a mil, enquanto a Polícia Militar preferiu não fazer uma estimativa.

“Nós estamos fazendo a nossa parte, em um ato legítimo de apoio a um povo que está sendo oprimido há tantos anos e precisa ver sua autonomia e liberdade afirmadas e reconhecidas. Nós esperamos que a posição brasileira contribua para esse processo que pode favorecer um reconhecimento”, disse Gabriel Medina, presidente do Conselho Nacional de Juventude do Governo Federal e militante do PT.

Pedido Palestino

A discussão ganhou ainda mais força com o anúncio feito pelo presidente da ANP, Mahmoud Abbas, de que pediria o reconhecimento do Estado palestino como um território independente durante a 66ª Assembleia Geral da ONU, que acontece durante esta semana em Nova York.

De imediato, os Estados Unidos declararam que, caso Abbas prossiga com o pedido, o país irá vetá-lo. Alguns congressistas norte-americanos chegaram a dizer, inclusive, que o país suspenderia a ajuda econômica aos palestinos, caso a tentativa de reconhecimento fosse adiante.

Abbas deverá discursar na Assembleia da ONU na próxima sexta-feira e, a partir do esperado pedido, deverá ser feita uma votação para o reconhecimento do Estado palestino. A votação, no entanto, deve ser aprovada pelo Conselho de Segurança, onde os Estados Unidos deverão confirmar o veto ao pedido.

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