sábado, 30 de julho de 2011

Governo elitista, que não trouxe as mudanças prometidas, faz a popularidade de Obama chegar ao fundo do poço, mostra Gallup

A popularidade de Barack Obama chegou ao fundo do poço. O tracking diário feito pelo instituto Gallup registrou apenas 40% de aprovação do seu governo pela primeira vez desde a posse, contra 50% que desaprovam sua gestão. É uma queda de 12 pontos desde o começo de maio, quando um comando militar norte-americano matou Osama bin Laden. A recente onda de popularidade do presidente dos EUA não passou de marola.

É monótono, mas não dá para parar de repetir: “É a economia, estúpido”. O relatório sobre o estado da economia norte-americana divulgado nexta sexta-feira explica o porquê da impopularidade. O PIB cresceu só 0,4% no primeiro trimestre e 1,3% no segundo trimestre, muito abaixo das previsões. A notícia soma-se a uma sucessão de outras ainda piores: inflação em alta, consumo em baixa, confiança do consumidor 19 pontos menor do que no começo do mês e geração de emprego estagnada.

E isso tudo antes de o governo norte-americano ficar sem dinheiro em caixa para pagar suas dívidas e compromissos, o que deve acontecer na próxima semana se o Congresso dos EUA não chegar a um acordo para autorizar o aumento do limite de endividamento oficial. Ou seja, tudo pode piorar, é só uma questão de tempo.

O impasse entre democratas e republicanos quanto ao limite de endividamento ainda não atingiu a economia em cheio, mas já piorou a situação política de Obama. Menos norte-americanos confiam que seu presidente vá encontrar uma saída para a crise. A única chance de Obama recuperar parte de sua popularidade perdida é o Congresso conseguir superar suas picuinhas e autorizar os EUA a tomarem mais alguns trilhões emprestados.

A situação política de Obama só não é pior porque a oposição republicana consegue ser mais ineficiente do que a brasileira. Além de estar passando imagem de irresponsável ao deixar o país à beira da falência, o Partido Republicano não conseguiu produzir até agora uma real alternativa de poder entre seus pré-candidatos a presidente em 2012. O mais perto disso, Mitt Romney, não entusiasma nem seus correligionários: tem apenas 27% de apoio entre os republicanos, e é o mais bem colocado.

Obama está tuitando como doido pedindo apoio dos eleitores para pressionarem o Congresso a fechar um acordo e evitar a moratória. Em parte é para valer, em parte é teatro, para deixar claro que ele fez “tudo o que pode” para evitar dar calote nos credores e, assim, jogar a culpa no colo dos republicanos. A jogada pode até funcionar, mas se a economia não melhorar, vai ser outro truque de curta duração.

Obama não pode contar apenas com a incompetência da oposição para se reeleger. Ganha força um movimento que pretende registrar um candidato independente à sua sucessão, reunindo o apoio de descontentes tanto de republicanos quanto de democratas. Embora seja uma hipótese improvável, o cenário raramente foi tão favorável a um tertius, especialmente se a economia continuar patinando.


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