sexta-feira, 29 de julho de 2011

Estratégia para eleições de 2012 em Curitiba divide o PT

A discussão sobre a estratégia a ser tomada pelo PT para as eleições municipais de 2012 em Curitiba está dividindo o partido. As divergências ficaram claras ontem nas declarações de dois possíveis pré-candidatos da legenda à prefeitura da Capital: os deputados federais Ângelo Vanhoni e Dr Rosinha. Enquanto Vanhoni avalia ser cedo demais para definir nomes, Rosinha defende a realização de prévias já no início de outubro para a escolha do candidato. Além disso, enquanto o grupo de Vanhoni admite a possibilidade de aproximação com a candidatura do ex-deputado federal Gustavo Fruet (sem partido), Rosinha descarta totalmente a ideia, afirmando que o PT não pode abrir mão de ter candidato próprio.

Além de Vanhoni e Rosinha, o PT tem ainda como pré-candidato o deputado estadual Tadeu Veneri. Vanhoni faz parte da corrente “Construindo um Novo Brasil”, que controla o partido no Estado, e inclui ainda o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, e a chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. Já Rosinha e Veneri integram tendências mais à esquerda do PT, que não admitem a possibilidade de deixar de lançar um candidato para apoiar um nome de outra legenda.

Bernardo já declarou publicamente o interesse em uma aproximação com Fruet, em especial depois que o ex-deputado deixou o PSDB por não ter espaço para concorrer à prefeitura.Fruet, que deve definir seu novo partido até o mês que vem, tende a se filiar a um partido da base do goverrno Dilma Rousseff, como o PDT do ex-senador Osmar Dias.

Nesse cenário, o grupo de Vanhoni e Bernardo sinaliza para uma aliança em torno da candidatura do ex-deputado - que lidera as pesquisas de intenção de voto para prefeito na Capital - para enfrentar a candidatura à reeleição do atual prefeito, Luciano Ducci (PSB) - que tem o apoio do governador Beto Richa (PSDB). Com isso, os caciques petistas esperam em contrapartida atrair Fruet para a aliança que apoiaria a candidatura de Gleisi Hoffmann ao governo do Estado em 2014, contra Richa.

Essa “engenharia” explicaria a relutância de Vanhoni de se assumir como pré-candidato nesse momento, apesar do deputado não descartar essa possibilidade. “Não estou me lançando pré-candidato às eleições”, disse ele ontem, apesar de admitir que integrantes de seu grupo manifestam a intenção de lançá-lo.

“Nesse momento o que estamos propondo e dedicido a fazer primeiro é consolidar a união do PT em torno de um projeto para a cidade. O PT não está discutindo um projeto para a cidade. e o partido está muito desunido”, reconheceu. “No segundo momento vamos discutir os nomes que podem ser candidatos”, alega, apontando ainda a necessidade de buscar alianças para a disputa. Nos bastidores, a avaliação é que Vanhoni estaria sendo lançado pelo grupo de Paulo Bernardo e Gleisi como forma de ocupar espaço na disputa interna, para lá na frente, buscar a aproximação com Fruet.

Contraste - A postura cautelosa de Vanhoni contrasta com a posição de Rosinha. “O PT tem que ter um projeto para a cidad3 e um nome. Em cima disso é que vamos conversar com os demais partidos”, defende. “Não sou contra alianças, mas tem que ter um nome”, insiste.
Rosinha defendeu ainda que o partido realize prévias para a escolha do candidato no início de outubro, após o congresso do PT. Sobre a possibilidade de uma aproximação com a candidatura de Fruet, ele é bem claro: “eu discuto com partidos, não com nomes. Primeiro ele (Fruet) precisa procurar um partido”, diz.

O deputado também é assertivo quando questionado sobre a possibilidade dele abrir mão da candidatura em favor de Vanhoni. “Já abri mão para o Vanhoni uma vez. Desta vez acho que é hora de outros fazerem a concessão”, afirma. (BemParaná)

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