quarta-feira, 6 de julho de 2011

Está difícil ao coronel reformado do Exército, Carlos Alberto Brilhante Ustra, livrar-se das acusações de torturador


Está difícil ao coronel reformado do Exército, Carlos Alberto Brilhante Ustra, livrar-se das acusações de torturador e da responsabilização por assassinatos que lhe têm sido feitas por vítimas da repressão da ditadura militar e por ex-presos políticos dos quais ele foi carcereiro quando comandou as masmorras do DOI-CODI paulista na primeira metade dos anos 70.

Como digo sempre, pode demorar um pouco mais, ou um pouco menos, mas a verdade sobre aqueles anos de chumbo e as barbaridades cometidas nos porões do regime militar virá à tona mais dia menos dia. Seja pelo trabalho da Comissão da Verdade cuja criação tramita no Congresso Nacional e pode ser aprovada nos próximos dias, seja por processos em tramitação na Justiça.

Está marcada para o próximo dia 27, a partir das 14:30 no Fórum João Mendes (centro de São Paulo), a audiência das testemunhas na ação movida contra o coronel Brilhante Ustra pela família do jornalista Luiz Eduardo Merlino. Na ação os familiares de Merlino – sua companheira, Ângela Mendes de Almeida, e sua irmã, Regina Merlino Dias de Almeida – responsabilizam o coronel pela morte do jornalista, sob tortura, em julho de 1971, nas dependências do DOI-CODI paulista.

De volta ao banco dos réus

Nesta audiência serão ouvidas testemunhas que presenciaram a tortura e morte de Merlino, como os ex-militantes do Partido Operário Comunista (POC) – organização de atuação de Merlino – Otacílio Cecchini, Eleonora Menicucci de Oliveira, Laurindo Junqueira Filho, Leane de Almeida e Ricardo Prata Soares, além do ex-ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo de Tarso Vanucchi, e o historiador e escritor Joel Rufino dos Santos.

Brilhante Ustra arrolou como suas testemunhas de defesa nesse processo – serão ouvidas por carta precatória – o presidente do Senado, José Sarney, o ex-ministro Jarbas Passarinho, um coronel e três generais da reserva do Exército. O senador Sarney era o presidente da República em 1985 quando a atriz Bete Mendes identificou Ustra como um dos que a haviam torturado.

O coronel já foi condenado em 1ª instância e declarado torturador em 2007, em ação movida pela família do jornalista, mas conseguiu paralisar e extinguir aquele 1º processo valendo-se de um artifício jurídico acatado pelo Tribunal de Justiça. Seus advogados alegaram que uma das acusadoras, Ângela Mendes de Almeida, não comprovara com documentos sua condição de companheira de Merlino.

Por esta outra ação judicial de agora, Ustra continua no banco dos réus e no dia 27 próximo tem um encontro no Fórum João mendes com as testemunhas da tortura e morte do jornalista Merlino, nas dependênciass do DOI-CODI que ele comandou. (Correio do Brasil)

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