quinta-feira, 9 de junho de 2011

Greve no sistema privado de saúde de Curitiba


Funcionários de hospitais particulares e filantrópicos de Curitiba e região metropolitana cruzaram os braços nesta terça-feira (7). Um dos reflexos da paralisação foi a suspensão das cirurgias eletivas no Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba. O Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado do Paraná (Sindipar) classificou a greve como abusiva.

O cancelamento das cirurgias ocorreu por causa do número reduzido de enfermeiros e auxiliares. Os médicos estão trabalhando normalmente. Também estão paralisados funcionários da área de limpeza e do setor administrativo.

Segundo a assessoria de imprensa do Hospital Pequeno Príncipe, aproximadamente 30% dos 700 funcionários (210 colaboradores) do turno da manhã aderiram à paralisação. Segundo o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde em Curitiba, o índice era de 60%.

Funcionários do setor da UTI cardiológica do Pequeno Príncipe também faltaram, mas o atendimento não foi prejudicado porque colaboradores de outros setores foram remanejados.

Servidores que trabalham em hospitais públicos fazem parte de outro sindicato e não integram o movimento.

Outros hospitais

Nove dos 1,2 mil funcionários do Hospital Nossa Senhora das Graças paralisaram as atividades. No Hospital Evangélico, dos 3,5 mil funcionários, cerca 30 aderiram. Já no Hospital da Cruz Vermelha cerca de 20, dos 900 trabalhadores, cruzaram os braços. As informações foram divulgadas pelos hospitais.

Segundo o sindicato, a adesão à greve foi de 60% dos colaboradores nos hospitais Evangélico e Cruz Vermelha, e de 40% no Hospital Nossa Senhora das Graças.

Reivindicações

A categoria pede reajuste de 28% nos pisos salariais, reduções de jornada e novas contrações. O sindicato patronal manteve a proposta de 6,5% de reajuste para os funcionários não vinculados a piso salarial, aumento entre 8,5% e 11,2% nos pisos até janeiro de 2012 e de aumentar em 30% o valor do vale-alimentação.

O Sindipar divulgou nota afirmando que os trabalhadores estão descumprindo a legislação e não estariam mantendo os serviços essenciais. “Com o desabastecimento na assistência à população, a classe patronal pretende responsabilizar civil e criminalmente o sindicato obreiro, o Sindesc, em caso de possíveis consequências, o que inclui assistir judicialmente os pacientes e os hospitais que foram ou se sentiram lesados em seus direitos”, afirmou a nota.


Grevistas poderão responder criminalmente por falta de atendimento, diz MP


O Ministério Público do Paraná (MP-PR) se reuniu, nesta quinta-feira (9), com representantes dos trabalhadores da saúde e do sindicato que representa os hospitais filantrópicos e particulares de Curitiba, para discutir a greve da categoria que já dura três dias. O MP-PR quer o remanejamento de funcionários para garantir o atendimento à população e informou que os grevistas poderão responder criminalmente em caso de morte ou lesão irreparável à saúde do paciente.

Na Santa Casa de Misericórdia de Curitiba, das quatro Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) uma foi fechada nesta quinta . O atendimento à população também foi prejudicado no Hospital Cajuru, como o cancelamento de consultas. Os grevistas realizaram uma passeata pelas ruas centrais da capital.

Segundo o MP-PR, não foi possível um acordo para restabelecer a totalidade do atendimento. Com isso, as promotoras Luciane Maria Duda e Fernanda Nagl Garcez expediram recomendação para que seja feito o remanejamento dos grevistas para que se garanta, ao menos, o atendimento de procedimentos de urgência em todos os hospitais da capital, inclusive cirurgias.

As promotoras afirmaram que o não atendimento dos serviços obrigará o Ministério Público a adotar providências contra cada grevista, em cada estabelecimento de saúde. Os funcionários poderão responder criminalmente se houver morte ou lesão corporal no paciente que não recebeu atendimento.

Balanço

Segundo o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde em Curitiba, a adesão à greve é de 65% dos colaboradores do Hospital Pequeno Príncipe e variava entre 40 e 50% dos demais hospitais nesta quinta-feira.

O Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado do Paraná (Sindipar) classificou a greve como abusiva.

Reivindicações

A categoria pede reajuste de 28% nos pisos salariais, reduções de jornada e novas contrações. O sindicato patronal (Sindipar) manteve a proposta de 6,5% de reajuste para os funcionários não vinculados a piso salarial, aumento entre 8,5% e 11,2% nos pisos até janeiro de 2012 e de aumentar em 30% o valor do vale-alimentação. (GP)

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