quinta-feira, 24 de março de 2011

Soldados norte americanos promovem carnificina contra civis no Afeganistão


Soldado norte-americano assume culpa por morte de 3 civis afegãos

O soldado norte-americano Jeremy Morlock, de 22 anos, se declarou culpado nesta quarta-feira, 23, no julgamento em que é acusado por uma corte marcial de ter matado três civis afegãos, em um caso que levantou uma das mais sérias acusações contra militares dos Estados Unidos na Guerra do Afeganistão.

Morlock fez acordo e se declarou culpado em três acusações de assassinato e uma de conspiração, outra de obstrução da justiça e mais uma de uso de drogas, em troca de uma sentença máxima de 24 anos de prisão.

Morlock foi acusado de ter liderado um pelotão nas mortes de três civis afegãos desarmados, na província de Kandahar, nos meses de janeiro, fevereiro e março de 2010. Questionado pelo tribunal militar se o plano dos soldados era atirar nos civis para assustá-los, ou atirar para matar, Morlock respondeu: "O plano era atirar para matar".

Morlock é o primeiro de cinco soldados da brigada Stryker que irão à corte marcial - algo que seu advogado de defesa, Geoffrey Nathan, disse ser uma vantagem. "O primeiro sempre consegue o melhor acordo", disse Nathan. O advogado criticou a Guerra do Afeganistão e disse que Morlock, no fundo, é "um bom rapaz".

Sob o acordo obtido, Morlock também concordou em testemunhar contra seus ex-colegas. O soldado disse ao juiz, o coronel Kwasi Hawks, que o plano para matar civis afegãos começou no final de 2009, meses antes do primeiro assassinato. Ele confessou que os soldados colocaram armas perto dos cadáveres, para que a impressão fosse que eles eram insurgentes que morreram em combate.

Após o assassinato de janeiro de 2010, o soldado Adam Winfield, que fazia parte do pelotão, enviou mensagens no Facebook aos seus pais dizendo que seus colegas no Afeganistão haviam matado um civil e planejavam matar outros. Winfield disse que seus colegas o advertiram a não contar nada para ninguém. O pai dele alertou um sargento na base de Lewis-McChord, no Estado de Washington, mas nenhuma medida foi tomada até maio, quando outra testemunha, em uma investigação sobre o consumo de drogas na unidade, reportou os assassinatos dos civis afegãos.

Winfield é acusado de ter participado do terceiro e último assassinato. Ele alega que foi ameaçado de morte pelos companheiros se não atirasse contra o civil afegão. Outros acusados são os soldados Andrew Holmes e Michael Wagnon II. O quinto acusado é o sargento Calvin Gibbs, que ainda alega que os civis mortos eram insurgentes. (Associated Press)


Soldado dos EUA recebe pena de 24 anos por matar afegãos

O primeiro de cinco soldados norte-americanos acusados de matar civis afegãos desarmados no ano passado foi condenado a 24 anos de prisão após se declarar culpado de três acusações de homicídio premeditado.

A declaração de culpa e a condenação do especialista do Exército Jeremy Morlock, de 23 anos, natural de Wasilla, no Alasca, marcou uma guinada na mais séria investigação de supostas atrocidades de militares dos EUA durante 10 anos de guerra no Afeganistão.

Questionado pelo juiz, Morlock relatou seu papel nas mortes de três moradores desarmados de um vilarejo afegão, cujos assassinatos por disparos de granada e fuzil foram alterados para parecer baixas de combate legítimas.

"Sei que o que fiz foi errado, senhor", disse ele, na quarta-feira, acrescentando que, ao contrário do que sugeriram seus advogados, seu julgamento não foi afetado por drogas. Ele admitiu fumar haxixe três ou quatro vezes por semana durante seu destacamento no Afeganistão.

A revista alemã Der Spiegel desta semana publicou várias fotos relacionadas às mortes, uma mostrando Morlock agachado e sorrindo sobre um cadáver ensanguentado enquanto ergue a cabeça do homem pelos cabelos para a câmera.

A existência de tais fotos, entre dúzias apreendidas como prova pelos investigadores e vetadas para consulta pública pelo Exército, motivou comparações com as imagens de prisioneiros iraquianos detidos por militares norte-americanos na prisão de Abu Ghraib, no Iraque, e tornadas públicas em 2004.

O juiz que presidiu o caso, o tenente-coronel Kwasi Hawks, aceitou o acordo pela declaração de culpa de Morlock feito com o promotores ao final de um dia inteiro de procedimentos na Base Conjunta Lewis-McChord, perto de Tacoma, e deu a Morlock uma pena de prisão de 24 anos.

O juiz também determinou que o encarceramento de Morlock será reduzido em quase um ano pelo tempo já decorrido. Ele poderá requerer condicional em cerca de sete anos.

Morlock, que receberá uma dispensa desonrosa do exército, encarou o juiz e não demonstrou emoção ao ouvir a sentença. (Reuters)

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