Os egípcios compareceram em massa às urnas neste sábado pela primeira vez desde que o ex-presidente Hosni Mubarak foi derrubado, para votar em um referendo de reformas constitucionais, as quais os governantes militares esperam que permitam a realização de eleições daqui a seis meses.
As filas com centenas de pessoas que votaram pela primeira vez se formaram pela manhã em todo o país, em uma votação cujo desfecho não é conhecido antecipadamente. O resultado determinará com que rapidez o Egito poderá realizar eleições.
"É muito cedo para determinar o número de eleitores presentes, mas está claro que isso é um fato inédito," disse Ahmed Samih Farag, um ativista de direitos humanos e observador da Coalizão Egípcia para a Monitoração das Eleições.
O Egito está efervescendo com o debate sobre o referendo e o país está dividido entre aqueles que dizem que a constituição precisa ser completamente reescrita e outros que defendem que as emendas serão suficientes por enquanto.
"Eu votei pelo sim. Sim para a estabilidade e para que as coisas voltem ao normal," disse Mustafá Fouad, 24, um engenheiro que votou no Cairo.
"Eu votei pelo não. Isso não é o suficiente," disse Atef Farouk, que chegou ao mesmo local de votação, com sua esposa e três filhos, que agitavam uma bandeira do Egito, enquanto seus pais votavam. "Queremos uma nova constituição," acrescentou Farouk, 41.
O resultado do referendo deve ser anunciado na noite de domingo ou na manhã de segunda-feira, disse à Reuters um membro de um comitê judicial envolvido na fiscalização da votação.
"O país é finalmente nosso e jamais deixaremos que ele deixe de sê-lo novamente, ficando em casa quando devemos estar exatamente aqui, na fila, para que nossas vozes sejam ouvidas," disse Om Sayyed, 65. "Sou velha e isso não é para mim, é para os meus filhos... É importante que eu lhes ensine que a sua opinião conta," disse.
As emendas foram escritas por um comitê judicial escolhido pelos governantes militares, para quem Mubarak entregou o poder no dia 11 de fevereiro. Eles foram nomeados para dar início às eleições legislativas e presidenciais que permitirão que os militares entreguem o poder a um governo civil eleito.
Mubarak foi forçado a renunciar depois que uma onda de protestos exigiu a sua saída, pondo fim a um governo autoritário no país que ele governou durante três décadas. (Reuters)
sábado, 19 de março de 2011
Egípcios vão às urnas para votar reforma histórica
sábado, março 19, 2011
Molina com muita prosa & muitos versos
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