segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Tomie Ohtake, a Grande Dama da Arte Brasileira


Tomie Nakakubo nasceu em Kioto, Japão, e veio a passeio visitar um irmão no Brasil. Tinha 23 anos na época. Coube ao destino, se é que este existe, se encarregar do resto, para sorte de quem aprecia arte.

A situação política internacional impediu que Tomie retornasse à terra natal. Assim, acabou se casando com o engenheiro agrônomo Ushio Ohtake e teve dois filhos, Ruy e Ricardo Ohtake. Por um longo período dedicou-se aos afazeres para os quais foi criada: esposa, mãe e vida doméstica.

Contra a vontade do pai

Ainda na infância, a pequena Tomie, contra a vontade do pai, começou a se arriscar na pintura. Seu passatempo preferido era desenhar e pintar. Mas foi somente aos 39 anos que ela pôde se dedicar ao que tanto amava. Separada do marido, Tomie conheceu o artista e professor de arte e pintura, Kelsuke Sugano, que a incentivou a seguir seu sonho. Ela então retomou os lápis e os pincéis e se juntou ao Grupo Seibi, que era uma associação de japoneses que só aceitava integrantes nipônicos ou seus descendentes.

Junto com Shiró, Manabu Mabe, Fukushima, Kaminagai, e outros, Tomie foi logo notada e premiada. Começou com arte figurativa, retratando casas e paisagens da Mooca, bairro onde morava em São Paulo. Mas inquieta e investigativa, logo passou para o abstracionismo. Também dedicou-se às serigrafias, litogravuras, gravura em metal, esculturas, obras públicas, no Brasil e no mundo. E não parou mais.

50 anos de arte, 97 de idade: Tomie respira e vive arte

Com seu jeito de ser explicitamente oriental, fala e gestos equilibrados, Tomie vive num ambiente onde se respira arte por todos os lados. Em setembro fui visitá-la em São Paulo e pude ver os quadros que farão parte da próxima exposição. Tomando suco de melancia com ela e trocando ideias sobre arte, olhando sua nova produção cheia de vigor e energia, tive a certeza de que artista não tem idade. A lição de Tomie é disciplina, muito trabalho e meditação. Sim, porque Tomie trabalha até hoje diariamente.

E agora, ao completar 97 anos, ela nos surpreende mais uma vez com 25 novas telas em grande formato, pintadas entre 2009 e 2010. Para comemorar seu aniversário, uma grande e valiosa exposição será inaugurada no dia 23 de novembro no Instituto Tomie Ohtake, na Faria Lima, em São Paulo, que também celebra dez anos de existência. Sua determinação e amor pelas Belas Artes a elevam para o status de “Grande Dama da Pintura Brasileira”.

ALGUMAS DE SUAS OBRAS DE ARTE:













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