quinta-feira, 11 de novembro de 2010

“Namoro” com Richa opõe Requião e deputados do PMDB


Ivan Santos/BEMPARANÁ

Dividida sobre o que fazer em relação a eleição da Mesa Executiva da Assembleia Legislativa e a seu posicionamento em relação ao governo Beto Richa a partir de 2011, a bancada do PMDB decidiu que não aceitará interferências externas. O anúncio é um recado direto ao ex-governador e senador eleito, Roberto Requião (PMDB), que vem tentando evitar que os deputados do partido apoiem a candidatura do tucano Valdir Rossoni (PSDB) à presidência do Legislativo, em um movimento que já está sendo apontado como o prenúncio da adesão dos parlamentares peemedebistas à base do novo governo.

Na eleição para o governo, o PMDB integrou oficialmente a coligação que apoiou o candidato derrotado, Osmar Dias (PDT). Mas boa parte dos parlamentares peemedebistas trabalhou, aberta ou veladamente por Beto Richa. Com a vitória do tucano, essa mesma ala já ensaia aderir ao novo governo, na esperança de garantir recursos e obras do Estado para suas bases eleitorais. O próprio governador eleito tem o interesse de garantir o apoio do partido, que com 13 deputados eleitos e reeleitos, tem a maior bancada na Assembleia.

Dentro desse cenário, o candidato de Richa à presidência do Legislativo já ofereceu aos peemedebistas a vaga de primeiro-secretário, segundo cargo mais importante na Casa. E a participação na chapa liderada pelo tucano passou a ser defendida pelos parlamentares do partido ...

O “namoro” suscitou uma reação imediata de Requião. Em reunião da Executiva Estadual do partido, o deputado federal eleito e secretário-geral do PMDB, João Arruda, sobrinho do ex-governador, defendeu que a bancada procurasse as demais legendas que apoiaram Osmar Dias - PT, PDT e PSC - para formar uma chapa e disputar a eleição para a Mesa Executiva contra Rossoni e o grupo governista. O argumento é de que o PMDB integra a coligação que elegeu a petista Dilma Rousseff à presidência, tendo inclusive conquistado a vice-presidência com o deputado federal Michel Temer (PMDB/SP). E que portanto, não poderia se alinhar a um governo do PSDB no Estado. Além disso, Arruda lembrou que esses partidos unidos detém 23 parlamentares na Assembleia, o que lhes daria condições de entrar na disputa pelo comando da Casa.

O próprio Requião demonstrou desconforto com o comportamento dos deputados. “Achei que a bancada fosse do PMDB. Achei que o partido tivesse voz”, afirmou, em mensagem no microblog twitter.

"Cada um no seu quadrado”


Reunidos na terça-feira, os deputados peemedebistas rechaçaram a intereferência de Requião. “A bancada vai decidir por ela mesma. Não vai atender a pessoas que estão em outras esferas do parlamento. Cada um no seu quadrado”, reagiu Romanelli, referindo-se ao fato de Requião e seu sobrinho Arruda, integrarem a base do futuro governo Dilma, do PT, no Congresso Nacional.

O parlamentar também rebateu os argumentos de Requião, segundo o qual a bancada do PMDB, por ser a maior da Assembleia, deveria ter candidato próprio à Presidência. “Nos oito anos do governo Requião, ele articulou para que o PSDB e o DEM tivessem a presidência”, lembrou, citando o apoio do então governador à eleição do tucano Hermas Brandão e do democrata Nelson Justus para o comando do Legislativo durante seus dois últimos mandatos. “Aqui quem tem competência para decidir o que fazer é a bancada”, avisou.
Romanelli nega que a participação na chapa de Rossoni sinalize um futuro apoio ao governo Richa.”A Mesa da Assembleia é uma coisa, base do governo é outra”, garantiu.

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