quinta-feira, 11 de novembro de 2010

USO ELEITOREIRO DA MÁQUINA PÚBLICA? Máquina petista trabalhará para colocar Gleisi no governo do Paraná

HORAHNEWS

Os deputados petistas na Assembléia Legislativa nem fazem questão de manter segredo.

O projeto do Partido dos Trabalhadores para o Paraná é fazer de Gleisi Hoffmann, eleita senadora com 3.196.468 votos, a futura governadora do Estado.

Para viabilizar esse projeto os petistas pretendem usar os mesmos meios e métodos que transformaram Gleisi na senadora mais votada em 2010.

Trocando em miúdos: uma ampla, geral e irrestrita cooptação de prefeitos através de fartos recursos federais e a utilização de uma hiperativa máquina de propaganda para lançar holofotes da mídia sobre o desempenho da futura senadora em Brasília.

Em Brasília, Gleisi vai precisar escapar do risco de desaparecer no meio daquele covil de velhas raposas políticas. Vai precisar de respaldo para conseguir se destacar em meio a políticos profissionais com décadas de tarimba e séculos de malícia acumulada.

Para que esse projeto de eleger Gleisi governadora do Paraná prospere é preciso que sejam atendidas uma série de condicionantes de capital importância.

A mais óbvia delas é que o marido de Gleisi, o ministro do Planejamento Paulo Bernardo, seja mantido no posto por Dilma Rousseff ou que venha a ocupar outro Ministério com igual ou maior poder de fogo.

Afinal, foi Bernardo o principal responsável pela transmutação de Gleisi de burocrata partidária em executiva da binacional Itaipu, em candidata ao Senado em 2006, candidata a prefeita em 2008 e, finalmente, em senadora campeã de votos em 2010. Paulo Bernardo teria tido para Gleisi o papel que Lula teve para Dilma.

No caso da eleição de Gleisi não foi uma transfusão de prestígio, até porque Paulo Bernardo nunca foi um campeão de votos ou um rei da popularidade.

Na verdade, o ministro sequer conseguiu se reeleger deputado federal em 1998. Mas se lhe falta carisma é considerado um articulador importante e soube usar como ninguém a máquina federal para garantir a eleição da mulher ao Senado.

A especulação é que na eleição deste ano pelo menos 200 prefeitos, de todos os partidos, foram convencidos por Paulo Bernardo a trabalhar pela candidatura de Gleisi. O resultado foi que ela teve mais de 500 mil votos a mais que Roberto Requião, um político que ostenta no currículo a façanha de ter se elegido três vezes governador do Paraná.

Atribui-se, aliás, a fortíssima mobilização da máquina federal e estadual (o governador Orlando Pessuti também jogou contra a candidatura de Requião), o fato de o ex-governador ter escapado por um triz de ficar sem mandato.

A máquina que foi usada para eleger Gleisi senadora voltará a ser acionada nos próximos quatro anos para alavancar sua candidatura ao governo. Do assédio não deve escapar nem Luciano Ducci, atual prefeito de Curitiba e aliado histórico do governador eleito, o tucano Beto Richa.

Ducci, que pertence ao PSB, partido da base de Dilma Rousseff, deverá ser pressionado a integrar o bloco de prefeitos que apoiará a candidatura de Gleisi em 2014.

Nesse contexto político o que o governador eleito menos deve esperar é apoio do governo federal para que tenha algum tipo de mandato consagrador. Muito pelo contrário.

A especulação política é que não terá o poder de fogo para cooptar prefeitos que terá o governo federal. Seus próprios pleitos em Brasília serão sempre analisados sob a ótica dos projetos políticos do casal Hoffmann-Bernardo.

A própria Gleisi deixou claro essa posição em uma entrevista recente em que afirmou que não via sentido no governo federal liberar recursos para que Beto Richa cumpra seus compromissos de campanha.

Ou seja, é muito provável que o governo do Paraná venha a ser submetido a uma dieta a base de pão e água em termos de recursos federais nos próximos quatro anos.

No que depender do casal a vida do governador Beto Richa não vai ser fácil.

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