quinta-feira, 11 de novembro de 2010

MISSA DE SÉTIMO DIA

Amigos e Amigas

Convidamos aos que se encontram em Curitiba para, hoje, 10 de Novembro de 2010, participarem conosco de Missa em memória do nosso irmão Carlos Alfredo Gomes, oCarlinhos. A Missa será oficiada pelo Padre Domenico Costella, na Igreja Bom Pastor, rua Victório Viezzer, 820, Vista Alegre das Mercês, Curitiba-PR, fone 041.3335.5552, às 19h00.

Aproveitamos para agradecer, mais uma vez, as homenagens ao Carlinhos e condolências à família que continuam nos chegando.

Guilherme Luiz Gomes
Samuel Gomes



Para os que quiserem recordar um pouco do trabalho do Carlinhos em favor do Brasil e dos movimento sociais de Curitiba, recomendamos a leitura do texto seu grande amigo Julian Carlo Fagotti:

Carlinhos escrevia com pólvora

Muita gente se diz contra o capitalismo, mas a ideia de patrão para o Carlinhos nunca adentrou aos seus miolos. Sempre tinha sua própria visão dos fatos, o que era uma dificuldade para ele escrever para outros.

Nem que os outros fossem toda a diretoria do Sindicato dos Petroleiros ou a Comissão Executiva do Partido dos Trabalhadores. A tinta que iria macular o papel branco era sua trincheira, e ele a defendia acima de tudo.

Num ambiente de esquerda, questionar nunca foi defeito. Então, fazer o quê? Seja no partido, ou nos sindicatos, qualquer dirigente que tivesse uma ideia precisava primeiro passa-la em reunião. Isso era fácil! O difícil era, depois, convencer o Carlinhos.

Carlinhos vivia em guerra permanente, o que lhe dava aspecto e raciocínio de revolucionário. Apesar disso, aceitava bem as críticas. Lá pela metade dos anos 80, num encontro do PT, ao ouvir críticas sobre o jornal que escrevera, atirou uma pasta, daquelas de plástico, verde, em direção aos seus críticos. A pasta acertou a parede e voou recorte de jornais, revistas outros jornais, anotações e todo tipo de coisa que ele sempre carregava. Com a história não machucou ninguém exceto levemente o ego do nosso herói, o arremesso de pasta foi considerado como uma forma de discurso.

Na época, a Rede Globo e a Folha de S. Paulo faziam e desfaziam no jornalismo. A Gazeta do Povo, a Tribuna e Folha de Londrina eram as versões locais dos fatos. E a esquerda lidava com parcos recursos. A munição era escassa: mil, cinco mil, dez mil exemplares de um jornal no máximo, era o que tínhamos para um bimestre, ou até mesmo um semestre. Por isso, a tensão em gastar bala era enorme.

Tudo era complicado e caro na época, e fazer um jornal era: escrever, diagramar o boneco, mandar para composição e fotocomposição dos títulos, revisar, pastapear, mandar para o fotolito, mandar para a impressão, buscar o material. O Carlinhos fazia tudo! Inclusive distribuir depois. Cada edição de qualquer impresso seu – e era mais seu do que da instituição que financiava – era exibido e distribuído no Bife Sujo como um troféu. Foi assim que em Curitiba, bancários, estudantes e garçons, começavam a ler assuntos de petroleiros, uma versão atropelada da, então incipiente, Central Única dos Trabalhadores (a refinaria da Petrobras está situada na cidade vizinha, Araucária). Foi assim também que o PT de Curitiba, no início, pareceu ser maior do que o escritório do Edésio Passos e núcleo do Boqueirão do Gilberto Carvalho.

Carlinhos tirava das entranhas as palavras. E delas, só queria vê-las transformadas em ação. Era nisso que acreditava e o movia. Sempre fumegando um Hollywood, na falta de um fuzil.

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