sexta-feira, 3 de agosto de 2012

O mensalão, o ministro Joaquim Barbosa, o Lula e o Gustavo Fruet


O ministro e relator do processo 470 (mensalão), o Joaquim Barbosa, homem de honradez inquebratável, foi indicado por Lula, sendo este um dos grandes atos de seu governo, mas que hoje lhe trás sérios dissabores.



O Joaquim é o primeiro ministro negro da história do Supremo Tribunal Federal (STF). Consciente de seu papel enquanto homem e negro faz mais do que o possível  para honrar o cargo de tal magnitude, sendo um verdadeiro exemplo de cidadania. Ele, tal qual faz o ministro e revisor, o Ricardo Lewandowski, poderia se submeter ao grande poder do grupo que o indicou para a função, mas não o faz.

 O ministro tem consciência de que exerce o seu papel em nome de toda a sociedade brasileira, ainda submetida a mazelas imperiais, neste enorme senzala que continua sendo o Brasil.

Ontem, como já era esperado9 por todos que confiam nele, o relator do processo, Joaquim Barbosa, chamou de "desleal" o revisor, Ricardo Lewandowski.

O ex-ministro do governo Lula e advogado, o Marcio Thomaz Bastos, que foi advogado do Cachoeira, mas que abandonou o cliente para que a sua imagem não ficasse ainda mais contaminada durante o julgamento do mensalão, cumpriu o seu papel de defensor. Com a intenção de atrasar o julgamento, pediu o desmembramento do processo no começo da sessão de julgamento. Está atitude o plenário passou à tarde de ontem julgando se faria isso ou não, mesmo que este tipo de pedido já tivesse sido negado anteriormente a outros.

Pelo cronograma o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, deveria ter tomado a palavra para acusar os réus. A programação foi adiada para hoje.

O escândalo do mensalão, que tinha sido com o passar dos anos diluído em outros escândalos, tal quais os que levaram a quedo sete  ministros, foi reavidado com o outro envolvendo a Delta e o Cachoeira.  O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, em conversa com amigos, disse “A CPI (Cachoeira) foi uma burrada”, . Antes defensor da estratégia traçada por Lula para estimular a criação da CPI do Cachoeira, e fulminar adversários, o mais conhecido réu do mensalão já admite que o plano deu errado por criar um clima de hostilidade prejudicial ao julgamento do Supremo, como por ter exposto os bilhões em contratos da Delta com o governo federal.

A avaliação dominante no partido (PT) é que Lula caiu na própria “armadilha”,  assim com a CPI Cachoeira e acabou contribuindo,  perto do julgamento do mensalão, para acirrar os ânimos por todo o meio político, e na sociedade em geral. 

A CPI do mensalão e a disputa em Curitiba

O Gustavo Fruet, antes o principal algoz do PT durante todo o trâmite do mensalão, hoje aliado a este passa enquanto candidato por difícil situação. 

Perante  as camadas mais humildes da população, o ex-PSDB e hoje PDT,  encontra dificuldades de penetração, já que os dependentes dos programas sociais, que veem o Lula como "o herói que salvou o povo da miséria", não tem nele confiança.

 Na classe média alta a mesma situação começa a ocorrer, mas pelo inverso, está, conservadora, não consegue aceitar a sua  aliança com o PT, que consideram "corrupto e de esquerda".

 Os segmentos da esquerda marxista, como outros segmentos da esquerda mais radical, que embora minoritária também faz parte do PT, como outros desta abrigados em outras legendas, o enxergam como um "tucano arrependido", portanto inimigo declarado.

O julgamento do mensalão está apenas no começo e o Gustavo Fruet não tem como ficar calado fingindo que não é com ele. Se  calar perde grande parte da classe média, que já começa a se afastar por causa da aliança com o PT, e se falar se isolará ainda , mais dos segmentos mais populares e de grande parte da direção nacional petista.

A sua mais recente fala já lhe causou dissabores dentro da trincheira petista, ele disse: “..não me arrependo de nada. Estou fazendo uma aliança comandada hoje pela Gleisi, que não tem relação nenhuma com o mensalão, não tem participação nenhuma do PT de Curitiba com o mensalão. Eu estou em paz”. Como será que soou este discurso nos ouvidos de Lula, José Dirceu, Genôino, Pizzolato, etc.?

Enquanto o Fruet se isola de grande e importante parte da direção nacional do PT o Ratinho Junior ocupa este espaço. O candidato do PSC é só elogios ao Lula e seu grupo, que hoje passa por grandes dificuldades.

Um importante ex-dirigente da juventude do PT, que hoje é dirigente municipal do PC do B, partido que está na campanha do Ratinho, disse:  “Em pleno período de linchamento midiático movido pela imprensa golpista contra a era Lula e importantes dirigentes da esquerda brasileira, Ratinho Junior, aliado do PCdoB, dá mais uma prova de caráter e lealdade ao projeto de transformação do Brasil que está em curso. O bom companheiro se conhece nas horas difíceis". É que ontem no debate o Ratinho Junior citou elogiosamente diversas vezes o nome do Lula e da Dilma.

Na última pesquisa Datafolha apareceu que a maioria do eleitorado do PT tem grande simpatia pelo Ratinho Junior: “Ratinho tem 38% da preferência dos eleitores que se dizem simpatizantes do partido, frente a 21% de Fruet, de acordo com matéria do jornal Folha de S. Paulo.”

Como o Fruet irá conseguir reverter este quadro, que o leva ao isolamento e com isto a queda nas pesquisas, é a maior interrogação que surgiu nesta campanha!

Se atacar o Ratinho o Gustavo perde o apoio deste caso a sua candidatura consiga ir para o segundo turno, e caso não ataque corre o risco de ver este ir em seu lugar, já que é muito difícil que a oposição consiga levar as duas candidaturas para o segundo. O mais provável é que o Ducci, que cresce nas pesquisas, o que indica quer conta com apoio popular, em disputa com um dos dois oposicionistas, venha a disputar a reta final da campanha!

“Se correr o bicho pega, e se ficar o bicho come”!

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