terça-feira, 28 de agosto de 2012

Indústria propõe 51 obras para resolver gargalos do Sul



Duas semanas após o governo federal lançar um pacote de concessões de infraestrutura de R$ 133 bilhões, o setor industrial dos três estados do Sul apresentou, na manhã desta terça-feira (28), em Brasília, um extenso documento com propostas para reduzir o custo de transporte na região. Esse custo foi de R$ 30,7 bilhões em 2010, o equivalente a 5,7% do PIB da região. Caso as 51 obras prioritárias listadas no Projeto Sul Competitivo saiam do papel, a previsão é de uma economia anual de R$ 3,4 bilhões a partir de 2020.

Segundo os autores, além de visar o aumento da competitividade dos três estados, o estudo também levou em conta o fluxo elevado de produtos que não são produzidos nem consumidos na região, mas que passam por aqui.O estudo, feito pela consultoria Macrologística, foi encomendado pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI) e pelas federações industriais da região sul - Fiep, Fiesc e Fiergs. O dossiê levou um ano para ser feito, tem 2 mil páginas e contou com a participação de 22 profissionais. Mais de 180 pessoas de associações produtivas, empresas, sindicatos, governos e de todos os países do Mercosul e o Chile foram entrevistadas.
Diagnóstico
A primeira fase do projeto mapeou as 18 principais cadeias produtivas dos três estados. O levantamento identificou como é a situação atual do consumo interno e da exportação de cada um dos 61 produtos dessas 18 cadeias -- e previu como será a demanda nesses dois mercados em 2020. Ao cruzar a demanda por infraestrutura gerada pelas cadeias produtivas com a oferta logística disponível atualmente, o levantamento identificou os principais gargalos de transporte da região. O maior deles, por exemplo, é a BR-116 entre Curitiba e São Paulo, que está operando 307% acima de sua capacidade.
A segunda parte do projeto, propositiva, identificou oito eixos logísticos da região que devem ser priorizados como investimento. O cálculo para a definição da lista de projetos foi feito com a análise do retorno sobre o investimento e do impacto socioambiental das obras para a melhoria ou a implementação dos eixos. Ao todo, 51 obras associadas a esses eixos foram selecionadas como prioritárias. Somadas, elas têm um custo de R$ 15,2 bilhões. Do total, 26 estão no Paraná -- o maior número de obras no estado se deve principalmente ao Porto de Paranaguá, que concentra 10 projetos (veja no mapa as obras do estado).
Obras
Entre os eixos, cinco já existem e precisariam de melhorias (BR-116 POA-SP; BR-101 Caxias-SP; BR 285 Passo Fundo - Imbituba; BR-282/280 São Miguel - São Francisco do Sul; e Rodo Buenos Aires-SP, via São Borja) e três precisariam ser desenvolvidos (Ferrovia Norte-Sul; Ferroeste Guaíra-S.Fco.Sul-Paranaguá, via Anel; BR-487/376/277 Boiadeira, de Porto Camargo a Paranaguá).
Para a indústria, a maior diferença do estudo com o projeto de concessões do governo é que ao plano de Brasília não possui visão sistêmica.
“É muito pontual. Não há uma lógica de por que esse [projeto] e não aquele”, diz Olivier Gerard, um dos autores do Sul Competitivo. A CNI agora propõe a criação de uma força tarefa, envolvendo o governo federal e parlamentares, para colocar o Sul Competitivo em prática. A proposta é que as obras sejam financiadas com recursos públicos e também com parcerias público-privada. No governo federal, é bem provável que o plano seja acatado pelo Ministério da Integração Nacional, que foi o responsável por tocar o projeto Norte Competitivo, plano semelhante ao do Sul, mas focado nos estados da região amazônica. (GP)

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