sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Querida filha Bruna lhe desejo um Feliz Aniversário!

Há 17 anos aconteceu um dos fatos mais importantes da minha vida e o mais importante da minha fase adulta, o seu nascimento.

Nos longos nove meses de espera, onde o pai é somente a proteção, o apoio e o cuidado externo, a primeira grande emoção se deu quando fomos até o laboratório da Santa Casa para pegar os resultados do exame de gravidez e junto com sua mãe chorei de alegria com a notícia benfazeja de que você a um mês já se fazia presente entre nós. As primeiras pessoas amigas que souberam da notícia foram a Rose e a Daniele. As encontramos na XV de Novembro paradas conversando ao lado do Bonde, era perto das 18 horas, juntos comemoramos.

O segundo fato marcante se deu quando no segundo mês de gestação fomos fazer o primeiro ultrassom, e pude ao ver a imagem do feto sentir a grande emoção que a mamãe Graça sentia todos os dias transportando em seu ventre a nova e grandemente esperada vida.

Nesta época eu vivia entre Curitiba e Tupã, onde aos finais de semana terminava um curso de nível superior, mas a sua gestação me fez largar tudo e a priorizar. Nesta época morava em uma república e a necessidade de uma moradia para abrigar a nossa família se fez presente. No quarto mês da gravidez consegui uma casa modesta, mas bem localizada no Centro Cívico. O imóvel pertencia ao Dr. Francisco, que vendo com empatia o nosso caso abriu mão do avalista e a um preço baixo nos locou o imóvel.

A simples casa nos deu abrigo tão necessário. Eu, a sua mãe, você e seus irmãos, que para mim sempre foram tão preciosos e iguais, fomos viver juntos sob o mesmo teto. A sua mãe trabalhando no Sindicato dos Despachantes, na qual foi tratada por todos com muito carinho e compreensão durante este período, e eu envolvido com a nova vida em família, o meu emprego e a campanha política para presidente em andamento. Foi um ano belíssimo, mas muito agitado para todos nós.

Embora eu e a Graça fôssemos apaixonados e o nosso relacionamento fosse realidade a um bom tempo a vida diária em conjunto era uma novidade, uma fase de superação, pois a empatia tem de estar acima de tudo e concessões tem de serem feitas por todos, mas em pouco tempo já vivíamos em total sintonia e harmonia.

Com o avançar da gravidez você em todas as massagensque fazia em sua mãe e nas longas conversas com a vida sendo gerada naquela barriga você ao se mexer no ventre dava a mim a clara sensação de estar se comunicando, interagindo, e isto foi muito bom.

No sexto mês após um episódio lamentável e de forte estresse ocorrido no emprego de sua mãe, onde a oposição derrotada nas eleições sindicais invadiu o sindicado ameaçando a todos o tampão do útero de sua mãe saiu, e o que acontecia de forma saudável e normal passou a ser uma gravidez de risco, já que sem o tampão o risco de contaminação por bactérias era grande, mas a vida conspirou a nosso favor e o resto da gestação continuou normalmente.

A partir de 13 de janeiro de 1995, as 16;30 horas senti a alegria de começar a exercer a paternidade de forma plena, mas não que este sentimento não estivesse ativo e latente nos 9 meses de sua gestação, já que ou deitado no ventre querido de sua mãe ou fazendo nele massagens com óleo de amêndoas todas noites conversei com você falando da alegria que era a espera da sua vinda a este mundo externo e contraditório. Onde nele a proteção antes oferecida pela bolsa no útero materno macio e caloroso não estaria mais presente. Neste dia ganhei três filhos, pois com grande alegria paternalmente também assumi a criação e a formação ética e moral do Dedé e da Jeniffer.

Com a chegada das contrações na última semana antes do parto começamos a fica em alerta e a preparar as últimas providências no pré-parto. O seu quarto já estava montado e o exagerado estoque de fraldas ocupava o interior de um armário inteiro ao lado demais produtos de higiene, só perdendo para o amplo número de roupas que chegavam de todas as partes, pois é nestas horas é que vemos o quão são solidárias as mulheres.

Na última semana o médico confirmou que a cesariana seria o melhor caminho, pois eras um grande bebê, o que foi confirmado com o nascimento de uma linda menina de 53cm e quase quatro quilos de peso.

Da velha e querida casinha no Centro Cívico, que tanto nos foi útil, nos mudamos para uma outra em uma travessa da Rua Tapajós, onde com mais espaço para as brincadeiras das crianças conseguimos fôlego para construir a nossa casa no Bairro Alto.

Da nossa vida no Bom Retiro, não poderia ter um nome mais adequado, trago também muitas boas lembranças e até algumas são bem engraçadas, com aquela em que a Pity, nossa cachorra, surtou com as suas brincadeiras e lhe deu uma leve mordida preventiva e você nos seus dois anos respondendo a altura mordeu o rabo dela. Como também aquela em que você em um leve descuido nosso sumiu e a fomos encontrar na lavanderia dormindo usando a barriga da cachorrinha com travesseiro.

Após muita luta familiar em 98 conseguimos terminar a construção da nossa casa no Bairro Alto e para aqui nos mudamos, lembranças boas da vida em nossa casa não faltam. Tudo o somos e o que temos, que materialmente não muito, mas do ponto de vista das nossas vivências é uma riqueza incalculável, foi em sua maior parte vividos neste lar, onde um amplo quintal cheio de frutíferas abrigou a sua infância e a de seus irmãos, além da das queridas crianças da vizinhança, que deste espaço compartilharam.

Dentre todas estas lembranças da nossa vida no Bairro Alto sempre existe aquela que se destaca e entre todas cito a sua amizade com a Bianca desde os 3 anos de idade. Amizade que nasceu através de um buraco no muro a dividir os quintais. O muro que dividia os nossos quintais era feito de placas de concreto e durante a obra, com a queda de uma escada, uma pequena parte dele se quebrou. Este pequeno buraco serviu como a janela para unir a vida das duas menininhas, janela que com o tempo vocês transformaram em um portal a unir os dois quintais que as separavam. Você e a Bianca destruíram o muro que as separavam, belo exemplo que o mundo adulto deveria seguir e não segue.

O ano que passou foi repleto de alegrias entre elas a formatura de Jeniffer em jornalismo aos 21 anos, o empenho do Dedé com o trabalho e o estudo no curso de Direito e a sua formatura no nível médio aos 16, como a sua aprovação no vestibular de direito, pois fatos com este me fazem feliz e orgulhoso enquanto pai.

Outro ponto que não poderia deixar de abordar é o de que tanto você quantos os seus irmãos embora sejam fortes e determinados isto não os fazem pessoas egocêntricas e desumanizadas. A empatia em relação aos outros é um fato determinante em suas personalidades e a mesma doçura e o carinho nos seus tons de discursos continuam presentes no dia a dia no trato com os seus iguais, com os quais sempre souberam compartilhar o pouco que tiveram.

Você, a sua querida mãe e seus irmãos me fazem um homem realizado!

Parabéns Bruna!

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