O livro "Memórias torturadas (e alegres) de um preso político", escrito por Ildeu Manso Vieira, adaptado por Gehad agora é roteiro de peça teatral

Gehad Hajar

No próximo Festival de Teatro de Curitiba (29/03 A 07/04), um dos grupos que irão se apresentar abordará um tema extremamente importante para o atual momento, onde a sociedade brasileira, pela implantação da Comissão da Verdade, começa a discutir com mais profundidade á questão do golpe militar de 64, a ditadura civil e militar imposta por este e as suas conseqüências, tanto do ponto de vista coletivo como individual, no caso a vida dos presos políticos no Paraná e as agruras porque passaram.

A peça, escrita e dirigida por Gerad Hajar, é baseada no livro Memórias torturadas (e alegres) de um preso político, escrito pelo ex-preso político Ildeu Manso Vieira.

A obra de ildeu, quase que um diário, é uma narrativa pessoal historiando episódios da "Operação Marumbi", implantada pelo DOI-CODI, no Paraná, durante a ditadura militar. Relata os primeiros seqüestro políticos no Paraná, em setembro de 1975, as torturas nas dependências do Exército, em Apucarana e Curitiba, no DOPS e na cadeia da PM. O livro escancara os porões da ditadura, com as perseguições, prisões, torturas, dramas pessoais e familiares, etc. O livro cita os nomes das vítimas, dos seus algozes e mandantes.

A peça, escrita por Gerad, que segue este roteiro verdadeiro, narra de modo fiel como foi a vida do "COLETIVO", nome que os presos políticos deram ao conjunto de presos no chamado “Vale das Lamentações”, que é como se referiam ao presídio do Ahú A peça deverá também retratar com se deu dentro do cárcere a continuidade da militância partidária dos apenados, como os suplícios dos métodos de tortura que foram colocados em prática contra estes aqui no Paraná.